Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

Mulheres e femininas

Já no primeiro capitulo de Gênesis somos introduzidos no universo feminino: Deus cria o homem, macho e fêmea. A humanidade é formada para habitar e dominar a terra e as coisas criadas por Deus, e tanto Adão (o macho) quanto Eva (a fêmea) recebem de Deus as bençãos e instruções contidas nos versos 26-30: Deus os abençoou, e lhes disse:

"Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra”. Disse Deus: "Eis que lhes dou todas as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, e todas as árvores que dão frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês. E dou todos os vegetais como alimento a tudo o que tem em si fôlego de vida: a todos os grandes animais da terra, a todas as aves do céu e a todas as criaturas que se movem rente ao chão". E assim foi.

Até hoje muitos entendem erroneamente que a mulher só foi criada no segundo capitulo, portanto não coberta pelas bençãos acima descritas - acreditam que ela deve ser subjugada e dominada pelo homem, quando na verdade homem e mulher têm em si, igualmente, a imagem e semelhança de Deus, e juntos participam de todas as bençãos e responsabilidades do ser humano.

A primeira fêmea chamada Eva não era um animal racional, era um ser com todas as potencialidades e capacitações possíveis ao mundo humano: falava, decidia, pensava, sentia, amava, fazia. Como todas nós mulheres, ela foi chamada de Adjutora, que significa aquele que cerca como uma muralha. E todas nós, mães e esposas responsáveis, sabemos o quanto atuamos como muralhas, cercando aqueles que amamos, as vezes de formas inimagináveis, abdicando do nosso para repartir com outros. O melhor carinho para o marido, os maiores gastos com os filhos, o nosso tempo com os afazeres da casa, a maior porção das nossas petições em oração para os que amamos.

Nos damos, sem medo de modificar nosso corpo com a gravidez, das rugas pelas noites mal dormidas com filhos febris, ou dos cabelos brancos precoces frutos das jornadas múltiplas de trabalho. Somos adjutoras, somos mulheres, somos fêmeas.

Infelizmente, estamos vivendo dias em que muitas mulheres não querem ser só mulheres. Estamos vivendo um tempo de mulheres machos, e não falo de lesbianismo. Eu me reporto a mulheres que estão abrindo mão de sua feminilidade, que se vestem de forma andrógina, que perderam a leveza e o charme de fêmeas, que não se deixam ser cuidadas pelos seus maridos e filhos.

O segredo é ser uma muralha firme e forte, mas se permitir rir, brincar com os filhos, fazer muita guerra de travesseiro, tomar banhos de chuva, abraçar e beijar muito intramuros. Nossas filhas estão precisando reaprender a dureza e a leveza do papel feminino. Elas devem ser inteligentes e belas, mas também moralmente sábias e distintas. Nossos homens precisam reaprender a respeitar a feminilidade da mulher, a tratar suas irmãs como damas, a admirarem mulheres fortes e gentis, que se respeitam e não se permitem ser tratadas como meros objetos sexuais.

Homens machos sempre procuram mulheres fortes e companheiras, que somam e os fazem crescer, empurrando-os para cima com leveza e abraços reconfortantes - escolhem as femininas, pois estas colorem, enfeitam, e abordam o mundo de forma diferente. Mulheres falam baixo, são sábias, sabem pedir carinho, mostram seu charme para o marido, expressam seu afeto de forma espontânea para sua família e amigas, são firmes e decididas quando necessário, e sorriem muito.

Mulheres machistas, secas, duras, iracundas, birrentas, violentas, marcadas por mágoas e iras, grossas na fala e rixosas como goteiras constantes, se perderam no universo feminino. Da mesma forma, no outro extremo, estão mulheres sedutoras, extremamente sensualizadas, que se vestem para serem expostas e desejadas, e muitas hoje em dia ainda declaram sua opção de serem objeto do desejo de homens casados, pois assim não teriam obrigação com as tarefas cotidianas desgastantes de esposas.

O universo feminino, no meio das atuais discussões politicamente corretas sobre escolhas de gêneros, nunca esteve tão confuso. Ensinamos nossas filhas a serem recatadas ou a mostrarem seus corpos para atrair olhares? Nossas jovens devem aprender a cozinhar e limpar uma casa? Os meninos podem vestir as roupas de suas irmãs, como prega a ideologia de gênero? As mulheres precisam voltar às ruas para queimar sutiãs, ou fazer passeatas com seios amostra para mostrarem seu poder?

Voltemos à Bíblia: homens e mulheres são co-herdeiros da Graça da vida, pois Jesus pagou o mesmo preço por ambos. Temos responsabilidades semelhantes para com a família e a Igreja, e estamos sob as mesmas bençãos divinas. Sejamos mulheres e femininas, equilibrando autoridade e amor, equacionando a rigidez de uma muralha com abraços e sorrisos largos. Que tenhamos espírito manso e tranquilo (1 Pedro 3.4), mas sempre alegres e ágeis como gazelas amorosas e corças graciosas (Pv 5.19). Nosso empoderamento não será obtido numa luta feminista, mas está subordinado ao poder de Deus em nós. Nossa identidade passa pela cruz.

elaineElaine Cruz 

 

 


*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

 

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