Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

Perdoar não é uma opção

Perdoar não pode ser uma opção, até porque não há outra saída para quem foi ferido. Quem não perdoa anula a possibilidade de ser livre, vivendo aprisionado às lembranças do que passou.

Dentro desta ótica, o perdão é o passaporte para a liberdade: quem não perdoa sofre e vivencia a mágoa noite e dia, carregando um fardo que pode transformar-se em doenças do físico e da alma, ou até ter as duas associadas (doenças psicossomáticas). 

No casamento, desculpar uma cotovelada, um arroto na mesa, ou até um sonoro “pum”, é relativamente fácil. Mas as coisas não são sempre tão fáceis, e uma simples desculpa já não basta – é preciso perdoar. É preciso, compreender que no dia a dia os humores mudam, e o nervosismo ou a TPM feminina podem instigar palavras que machucam. Atos não intencionais podem ser mal interpretados e ferir o cônjuge. As divergências quanto à criação dos filhos podem provocar atitudes e discussões que machucam. A conta do telefone ou a conta de luz podem ser o motivo de uma discórdia que fere a alma de um dos pares.  

Entretanto, há questões mais profundas. Afinal, por mais que o casal se conheça há anos e tenha namorado por algum tempo, a vida conjugal reserva surpresas para alguns. Assim sendo, há homens que só descobrem depois do matrimônio que suas esposas não eram virgens ou estéreis. Há mulheres que só depois de anos descobrem que seus maridos mantinham relações com outras mulheres (e até com homens), e outras que se surpreendem portadoras de doenças venéreas, e até da AIDS, por terem sido contaminadas por seus maridos (que muitas vezes até se casaram sem saber que já estavam contaminados!). Isto sem falar de maltratos, da indiferença, da rejeição, da teimosia e do descompromisso de um dos cônjuges. 

O irônico é que muitas vezes quem comete o erro se arrepende, busca ajustar-se, procura terapia para conhecer seus motivos e fortalecer-se contra quedas futuras, e até passa a ter uma vida emocional e espiritual mais frutífera do que antes da queda. Até porque uma das capacidades humanas é aprender com o erro e com a dor, tornando-nos pessoas mais conscientes de fraquezas e tendências. Contudo, o que foi ferido, se não decidir perdoar e submeter-se ao processo de perdão, viverá sob o peso da dor da traição e pagará o preço emocionalmente pelo erro do outro!

É por esta razão que perdoar não é uma opção dentre outras para ser considerada. Mas a única opção a ser tomada para que você seja livre da dor, da ira, das doenças, do envelhecimento precoce, dos olhos turvos, da aniquilação dos projetos de vida. Na verdade, o que nos impede, além do processo doloroso de fechar a ferida, é também o fato de que gostamos de imputar culpas ao outro, de fazê-lo lembrar o quanto nos machucou, de “esfregar na face” todos os seus erros. 

Esquecemo-nos de que perdão é uma dádiva voluntária para quem não o merece – até porque se a pessoa tivesse agido certo não necessitaria de perdão! 

Assim sendo, pensamos que “não é justo a pessoa errar e receber perdão facilmente, sem pagar pelo que me fez”, tal qual aconteceu com o irmão do filho pródigo que não conseguiu assimilar o perdão instantâneo do pai (Lucas 15.29,30)  ou com o profeta Jonas que não admitiu que Deus reconsiderasse sua sentença ao ouvir o pedido de perdão do povo (Jonas 4.1-3). 

Você já pensou se a justiça e o amor de Deus fosse como o nosso? Quando nos arrependemos, ele sempre perdoa e espera nossas mudanças. Portanto, faça o mesmo por quem você ama – você é quem ficara livre da dor da mágoa, impedindo que sua ferida se amplie, enfermando seu corpo, sua alma e seu espírito!

elaine

Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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