O ser humano é tendencioso a acreditar no que os outros lhe dizem. As crianças acreditam em papai Noel, em bicho papão, e tomam como verdade as estórias infantis fantasiosas elaboradas por adultos. Conforme vão crescendo, começam a perceber que nem tudo que lhe falam é verdade, que cegonhas não trazem bebês, e que coelhinho de Páscoa não existe e muito menos coloca ovos de chocolate!
Desacreditar em algo que nos foi ensinado pode ser difícil, mas é um processo comum na vida. Muitos aprenderam que não se pode comer manga com leite, e até hoje evitam misturar manga e leite em uma sobremesa ou vitamina. Outros não tomam banho depois do almoço, e não comem gema de ovo, pois, algum dia, uma pesquisa disse que ela não era boa para a saúde, por mais que tantas outras mostrem o contrário!
Entretanto, há descobertas que nos abalam mais: há filhos que descobrem que o amor do discurso dos pais não se traduz em atos cotidianos, pois vivem sendo espancados e inferiorizados dentro da relação parental. Muitos cônjuges se descobrem traídos em seus sentimentos, não conseguindo mais coadunar discurso e prática conjugal, convivendo com pessoas que falam de amor, mas que exercitam desafetos, agressões e indiferença emocional.
Quantos ex amigos sofrem com infidelidades e traições, desconstruindo votos de amizade antes professados. Mesmo dentro da igreja, são muitos os que se feriram por acreditar no amor pregado, ao perceber que os afetos vivenciados estão em desacordo com o que a Bíblia ensina!
É muito raro encontrarmos uma pessoa fiel, que permanece com seu afeto enraizado, que não muda seu compromisso com a sinceridade e lealdade a si mesma, com Deus e com os outros. O que assistimos com frequência são palavras jogadas ao vento e descompromissadas. Ou pessoas que votam e não cumprem, prometem, mas não fazem o acordado, e que alternam seus afetos e seus valores de acordo com o lhes traz mais benefícios momentâneos.
A infidelidade pode estar na pauta do dia. Até mesmo o sábio pergunta: Muitos se dizem amigos leais, mas um homem fiel, quem poderá achar? (Provérbios 20.6). Contudo, continuamos a procurar amigos fiéis, conjugues compromissados com seus votos matrimoniais, políticos coerentes com suas promessas de campanha, e pessoas com afetos verdadeiros e constantes.
A Bíblia afirma: O amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade. (Provérbios 17.17). Embora sejam raros, cônjuges fiéis existem, amigos fiéis podem ser encontrados. Mas, sem dúvida alguma, o melhor exemplo de fidelidade vem de Deus, pois se somos infiéis, Deus permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo. (2 Timóteo 2.13).
Em momentos difíceis, confie na fidelidade divina. Quando todos falharem, ele não falha. E é a fidelidade dele que nos constrange a manter a nossa fidelidade a quem amamos, e até mesmo para com aqueles que são infiéis a nós.
Deus procura servos fidedignos e filhos que lhe sejam fiéis no discurso e na prática de fé. Precisamos voltar a conseguir acreditar. Necessitamos nos render à fidelidade.
Elaine Cruz
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