Vivemos em um mundo adoecido pelas questões da saúde física que perpassam as nações da terra. Há ainda os destemperos dos vergonhosos entraves políticos, e a mentalidade também adoecida das ideologias ateístas que circulam pela mídia e universidades.
Nossa sociedade valoriza a violência e a liberdade sexual em todos os níveis, e traça parâmetros de beleza e sucesso inatingíveis, mas que são perseguidos por muitos, ocasionando um sentimento de fracasso e inadequação.
O transito é caótico, as pessoas são ingratas, as cobranças são inúmeras, os afetos estão cada vez mais raros, e os relacionamentos cada vez mais frios. Filhos desrespeitam seus pais, e temos assistido semanalmente a pais matando seus filhos simplesmente porque eles choravam muito. Um casal de youtubers, residente nos Estados Unidos, assustou o mundo quando devolveu à imigração uma criança autista que haviam adotado em 2017. E todos os dias muitos jovens buscam a morte através de overdoses de drogas ou tentativas de suicídio!
É certo que o suicídio, o desrespeito, e até mesmo as doenças da alma, como a depressão, não surgem da noite para o dia. Quando uma crise de ansiedade se instaura, alguns sinais anteriores não foram levados em consideração. Quando a alma adoece, as pessoas emitem Pedidos de Socorro.
Estes pedidos de socorro podem acontecer por meses, podem ser silenciosos, mas quando não são percebidos ou ditos, vão se tornando distintos e cada vez mais abrangente.
Muitos destes sinais de que a alma está adoecida surge com a auto mutilação – quando a própria pessoa se corta com facas, estiletes e giletes. No início ela começa a cortar as partes cobertas do seu corpo, mas com o tempo vão mutilando braços, pulsos e mãos, chegando a cortar inclusive o rosto. Muitas pessoas não se cortam, mas se batem com metais, forjando marcar roxas pelo corpo, podendo chegar à face.
A auto mutilação é uma tentativa de provocar uma dor externa para desviar o dilaceramento da dor interna, que faz doer a alma. Quem corta seu próprio corpo está gritando por ajuda, produzindo dores externas para esquecer as dores internas, sofrendo muito intimamente, desesperado para que alguém o assista. Infelizmente, muitos pais só percebem o estado emocional dos seus filhos quando estes já estão se ferindo no rosto! Muitos clamam por SOS (Save Our Souls, que significa Salve Nossas Almas) quando arrancam mechas inteiras de cabelos, tomam altas doses de calmantes, provocam overdose de drogas, se isolam de pessoas, se tornam acumuladores compulsivos, adictos, anoréxicos, bulímicos, alcoólatras, ou briguentos contumazes na sociedade e na parentela.
Muitas vezes estes são vistos como os desajustados – e na verdade o são. De alguma forma não estão conseguindo se ajustar às cobranças, ao desamor, aos fracassos ou ao desafeto das pessoas. Assim sendo, emitem sinais de socorro esperando que nossa ajuda: que pode ser desdobrada quando conversamos, levamos ao médico ou terapeuta, oramos, reservamos mais tempo para dar atenção e afeto.
Precisamos aprender a interpretar estes pedidos de socorro, especialmente das pessoas com quem convivemos. O isolamento dentro de casa deve ser revisto, as amizades devem ser conhecidas pelos pais, a alimentação deve ser observada, a tristeza e melancolia devem ser discutidas, e as tentativas de suicídio precisam ser investigadas e tratadas.
Estejamos sempre atentos aos nossos familiares, cuidando para que nosso agir aconteça no início dos processos. Que suas portas estejam sempre abertas para que seus cônjuges e filhos possam conversar sobre suas dores, e que seu coração os abrace com entendimento e amor.
Quanto mais rapidamente respondermos aos pedidos de socorro, menos sequelas haverá na alma dos que amamos!
Elaine Cruz
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