Aprendi a história da arca de Noé ainda na minha primeira infância. Desde pequena imagino a arca lotada de animais balançando sobre as águas do dilúvio, e Noé e sua família alimentando a todos os animais.
Com o passar dos anos e as muitas releituras, fui percebendo os detalhes da narrativa bíblica, como o fato de que Deus mesmo escolheu os animais e os mandou ao encontro de Noé, e também que os lençóis submarinos de água jorraram da terra, enquanto o firmamento desabava sobre a terra quando as comportas dos céus se abriram.
Há nesta história muitos detalhes, e Deus faz questão de dar os pormenores da passagem dos dias e da idade de Noé a cada desdobrar dos acontecimentos. E há um detalhe lindo, quando a chuva pára e as águas começam a descer, e Noé solta um corvo, e depois uma pomba: Noé também soltou uma pomba para ver se as águas tinham baixado e se ela encontraria terra seca, mas a pomba não encontrou lugar para pousar, pois a água ainda cobria todo o solo. Então a pomba retornou à arca, e Noé estendeu a mão e a trouxe de volta para dentro. Depois de esperar mais sete dias, Noé soltou a pomba mais uma vez. Quando ela voltou ao entardecer, trouxe no bico uma folha nova de oliveira. (Gênesis 8.8-11).
Dez meses já haviam se passado desde o início do dilúvio. A porta (que o próprio Deus havia fechado) permanecia fechada, mas Noé abre uma janela para soltar o corvo e depois a pomba. Na primeira vez que a pomba sai, ela volta à arca por não encontrar onde pousar, mas na segunda vez ela retorna com uma folha de oliveira.
Na nossa vida, muitas vezes, tal como a pomba, voamos e não encontramos onde pousar. Nossos dilúvios pessoais irrompem com força, as tempestades nos alcançam, e podemos passar alguns dias perdidos, sem ver saída para nossos problemas. As vezes passamos meses sem enxergar luz ao final do túnel, sem encontrar terrenos seguros para nossos pés cansados. Ficamos como um barquinho, navegando sob os ventos da vida, cruzando mares sem saber quando e como encontraremos um porto seguro.
Para estes momentos, a palavra de Deus é Descansar. Descansar nas promessas de Deus, descansar no poder de Deus em transformar maldições em bençãos, descansar que ele é o único que pode consolar todos os que andam tristes, e dar a todos os que choram em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de pranto, e um manto de louvor em vez de espírito deprimido. (Isaías 61.2,3).
Se você está como a pomba que voa sem encontrar abrigo, volte para a Arca – esconda-se na cruz, refugie-se na graça de Jesus, abrigue-se no esconderijo do nosso altíssimo Deus. Só nele podemos descansar dos nossos voos, enquanto aguardamos o tempo da nossa vitória tão esperada!
Sete dias depois a mesma pomba sai novamente da arca. Até porque, mesmo quando confiados em Deus, sabemos que precisamos enfrentar nossas tarefas cotidianas. Mesmo em meio a dores, doenças e sofrimentos, precisamos sair, trabalhar, frequentar cultos, e dar conta das tarefas e funções que desempenhamos.
Entretanto, desta vez, ela volta com um ramo novo de oliveira! Que alegria, que festa deve ter acontecido dentro da arca! O pequeno ramo de oliveira apontava para uma enorme benção: as águas estavam baixando, o dia do desembarque estava mais próximo, a benção estava chegando!
Seja um portador de ramos de oliveira. No meio do caos que impera em nossa sociedade, anuncie as boas novas de salvação, dê um abraço reconfortante, diga palavras que refrescam a alma do outro, faça pelos outros o que gostaria que lhe fizessem.
Não menospreze as coisas pequenas: um olhar carinhoso, um sorriso tímido, um abraço rápido, um pequeno salário, uma porta simples, um elogio rápido. Há notícias pequenas, que parecem insignificantes, mas que apontam para grandes progressos. Afinal, tudo o que é grande hoje, já nasceu pequeno um dia!
Deus nos entrega várias folhas de oliveira, todos os dias. Esteja atento à elas, e espere o cumprimento das promessas divinas. Cultive suas folhas de oliveira e acredite no milagre de Deus!
Elaine Cruz
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