Quando pensamos sobre o desenvolvimento humano, percebemos que Deus trabalha com uma preciosidade de detalhes que nos emociona.
Na ocasião da fecundação, a junção do óvulo com o espermatozoide gera uma única celular, o zigoto, partir da qual todas as outras células e sistemas corporais serão formadas. No momento da transição do meio uterino para o meio em que vivemos, em que a criança se desprende do cordão umbilical e passa a buscar seu ar, válvulas são acionadas, e há um equilíbrio belíssimo e constante nesse movimento de respiração, que só cessará no momento em que a alma deixar o corpo.
Ao longo da nossa vida, vamos crescendo e adquirindo competências, desenvolvendo a parte orgânica e funcional, mas também ampliando os limites da cognição, da compreensão e dos arroubos emocionais. Nossas vivências transformam nossos valores e prioridades de vida, e nossas atitudes nos fazer pensar, elaborar e definir estratégias para a vida social, sentimental e espiritual.
Quando passamos da meia idade, percebemos como a forma de Deus organizar a vida físico-social é sempre perfeita. Quando somos jovens temos facilidade para assimilar conceitos e aprender novas línguas. Na juventude os hormônios nos ajudam a encarar desafios de carreiras, e nos trinta anos que se seguem à juventude ainda temos ânimo para acordar cedo, enfrentar transito caótico e investir na carreira, enquanto ganhamos dinheiro e educamos nossos filhos. Depois disso, por volta dos cinquenta e sessenta anos, sabemos que a disposição para a maternidade é outra – no máximo temos motivação para amar e brincar com os netos, que serão cuidados mais trabalhosamente por nossos filhos no cotidiano.
Algumas coisas não mudam, independente do nosso querer e da cultura em que estamos inseridos. Podemos parecer mais novos, mas sabemos da nossa real idade, que aumenta anualmente. E ainda acreditamos que o avançar da idade traga maturidade – o que não acontece para todos. Afinal, envelhecer é natural, mas amadurecer é opcional.
A velhice chega para todos os que tiverem o privilégio de usufruir de mais anos de vida. A fase idosa não precisa incomodar, mas vai se instaurando sem pedir licença. Rugas e cabelos brancos evidenciam o passar da idade, e o confronto com o espelho é inevitável.
Infelizmente, o mesmo não acontece com a maturidade emocional. Muitas pessoas, mesmo sendo confrontadas com suas escolhas, e vivenciarem no presente as consequências nefastas das escolhas do passado, ainda assim escolhem não amadurecer: se mantêm frias, distantes, fechadas em si mesmas, ingênuas para selecionar amigos, levianas para escolher relacionamentos, inconsequentes com dinheiro ou poder. Os anos passam, e elas teimam em manter seus erros, a intransigência da juventude, as manhas oriundas de uma má educação.
A riqueza da bela experiência de viver, é poder alterar quem somos, como respondemos, o que pensamos e realizamos. Devemos manter em nós a boa educação, as boas escolhas e o bom caráter. Precisamos manter por perto os bons amigos, a carreira, as lembranças que nos enriqueceram. Mas também podemos escolher melhor, resolver mais sabiamente, agir de modo mais racional, demonstrar mais os afetos positivos, manter mais o auto controle.
Se o amadurecimento emocional não vem naturalmente, vamos buscá-lo cotidianamente: Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma. Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida. (Tiago 1.2-5).
Elaine Cruz
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