“A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual” (1 Ts 4.3 – NVI).
Na carta de Paulo aos irmãos de Tessalônica, encontramos importantes ensinamentos sobre o modo de vida que agrada ao Senhor. E um dos destaques do capítulo 4 é quanto à maneira honrosa que devemos cuidar de nosso corpo. Vejamos alguns versículos:
“Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa, não dominado pela paixão de desejos desenfreados, como os pagãos que desconhecem a Deus. Neste assunto, ninguém prejudique seu irmão nem dele se aproveite. O Senhor castigará todas essas práticas, como já lhes dissemos e asseguramos. Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade. Portanto, aquele que rejeita estas coisas não está rejeitando o homem, mas a Deus, que lhes dá o seu Espírito Santo” (1 Ts 4.4-8 – NVI).
Conforme deixa claro o apóstolo Paulo, a impureza sexual pode e deve ser evitada por aqueles que servem ao Senhor. E isso é possível se decidirmos honrar a presença do Espírito Santo, que habita em nós, e renunciarmos aos desejos impróprios e que conduzem ao pecado. O Senhor nos ajuda, sim, mas somos nós que devemos tomar a firme decisão de não perder o controle de nossos impulsos.
De fato, a tentação para o pecado nessa área do relacionamento íntimo é muito forte, e tem causado muitos fracassos morais, como a lascívia, a prostituição e o adultério. Os efeitos colaterais dessas práticas são terríveis e podem arruinar não apenas aquele que as cometem, mas também atingem um lar, uma família, enfim, todos os que fazem parte do entorno do indivíduo envolvido.
Nas Sagradas Escrituras, encontramos diversas passagens que tratam desse assunto. Por exemplo, o tema principal do capítulo 5 de Provérbios é o perigo da sedução pela impureza sexual. O sábio escritor inicia exortando quanto à importância de atender a sabedoria, de inclinar o ouvido à razão, de conservar os avisos e de guardar o conhecimento nos lábios (vv.1,2). Esse é um tema que parece preocupar muito o escritor, pois há repetidas advertências quanto ao risco de se envolver com uma pessoa que não é o seu cônjuge (2.16-19; 6.20-35; 22.14; 23.27,28; 29.3; 30.20; 31.3).
Observemos que o texto destaca a força da sedução do pecado: ela geralmente começa por meio de palavras atraentes, palavras que provocam sensações agradáveis (doçura – favo de mel e maciez - azeite). A adulação sedutora do pecado é o primeiro passo para a queda na área sexual. Tudo começa com palavras bonitas de admiração, elogios, que despertam o sentimento de desejo.
Temos um exemplo disso na história de José: a esposa de seu patrão olhou o jovem, cobiçou-o e começou a tentá-lo por meio de palavras todos os dias (Gn 39.7-20). Mas como José temia ao Senhor, não deixou-se seduzir pelos apelos de sua patroa, e mesmo sofrendo injustamente a culpa por aquilo que ele não fez, guardou assim a sua fidelidade ao Senhor.
Como estão as nossas conversações com pessoas que não são nossos cônjuges? Será que estamos extrapolando os limites do permitido, dando espaço para lisonjas sedutoras, que agradam aos sentidos mas podem conduzir-nos ao pecado? Veja o que diz Provérbios 7.21-23: “Com a sedução das palavras o persuadiu, e o atraiu com o dulçor dos lábios. Imediatamente ele a seguiu como um boi levado ao matadouro, ou como o cervo que vai cair no laço” (NVI).
Infelizmente, muitas pessoas que possuem casamentos ajustados, famílias estruturadas têm caído nessa sedução por meio da tecnologia: são inúmeros os casos de envolvimento sexual indevido que começaram por meio da internet, em aplicativos de mensagens instantâneas, por meio de conversas e até imagens indiscretas, por palavras de clara provocação sexual tecladas quando ninguém vê, seja no trabalho, seja durante as madrugadas, longe dos olhos daquele a quem se deve fidelidade.
Tenhamos cuidado com os elogios de quem não é o nosso cônjuge: eles podem ser o primeiro passo para a tentação carnal. Se você tem percebido algo desse tipo, se alguém que você conhece, seja pessoalmente ou por meio da internet, tem lhe procurado frequentemente e tem lhe dirigido palavras doces como o mel e suaves como o azeite, fuja! Faça como José, antes que seja tarde demais!!
O pecado sexual traz consequências seríssimas. O texto que lemos fala de algumas delas: fim amargoso, cortante (que provoca ferimentos como uma espada), instabilidade (carreiras variáveis), morte (separação de Deus) e inferno (condenação eterna).
Em Provérbios 6.32,33 diz claramente:
“O que adultera com uma mulher é falto de entendimento; destrói a sua alma o que tal faz. Achará castigo e vilipêndio (=rebaixamento, desvalorização, tornar algo ou alguém vil), e o seu opróbrio nunca se apagará”.
Que terrível! O resultado da impureza sexual é somente destruição, dor, menosprezo, vergonha. Temos os exemplos na Bíblia de Davi e de Sansão: ambos brincaram com o perigo, deixaram-se seduzir e caíram vergonhosamente. Se tivessem sido prudentes, se tivessem lembrado dos preceitos divinos, como Êxodo 20.14 (“Não adulterarás”), certamente teriam se esforçado para fugir da tentação.
Que possamos sempre nos lembrar do que nos exorta o escritor aos Hebreus 13.4:
“Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará”.
Fuja das palavras lisonjeiras! Evite qualquer conversação que pode lhe colocar numa trajetória rumo ao pecado sexual. É melhor ser tida por rude, deselegante, do que se deixar levar por elogios que te podem conduzir ao pecado e à destruição. Que o Senhor nos guarde hoje e sempre!!
Judite Alves
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