Refletir sobre a autoavaliação, ou seja, pensar em como, e no que ocupamos a nossa mente e nas transformações evidenciadas nas ações que tomamos, nunca é algo que gostamos de fazer. É muito mais fácil avaliarmos os outros através de nossos filtros e não a nós mesmos.
A autoavaliação é um processo pelo qual o indivíduo, além de avaliar uma produção, uma ação, ou uma conduta da qual ele mesmo é o autor, também avalia suas capacidades, seus gostos, seu desempenho e suas habilidades.
A autoavaliação é uma via de mão dupla: você é aluno e professor de si mesmo. Percebe como é complexa? Davi é um exemplo para nós de alguém que sempre estava se autoavaliando (Salmo 42, 139). Quando entramos neste processo de nos julgarmos a nós mesmos, como Paulo fala aos Coríntios (1 Co 11.27), progredimos, pois essa prática nos proporciona um melhor conhecimento de nós mesmos. Este autoconhecimento tem o fito de aperfeiçoar nossas ações e, concomitantemente, o nosso desenvolvimento cognitivo. Na autoavaliação você analisa seus erros e acertos, seu comportamento e suas ações.
Davi, depois de se autoavaliar, fazendo uma vasculhada dentro de si mesmo, pede a misericórdia de Deus e diz: “Quem pode entender os próprios erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos” (Sl 19.12). Como Davi, às vezes fazemos um exame na mente, nos autoavaliamos e pensamos conosco mesmos: “Creio que está tudo bem!”… Mas, em seguida, pensamos: “Seráque me esqueci de alguma coisa errada?”
O verbo expurgar sugere limpar a sujidade de algo, deixar puro. Lembra que, em outra ocasião, o salmista disse: “…purifica-me com hissopo (planta usada nos rituais de purificação) e ficarei limpo; lava-me e ficarei mais alvo do que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste. Esconde a tua face dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades” (Sl 51.7-8).
Temos aqui, sem sombra de dúvidas, um exemplo clássico de autoavaliação. Davi se autojulgou, humilhou-se e recorreu à misericórdia divina.
A soberba, ao contrário, impede esse exame sincero. O apóstolo Paulo disse: “…porque pela graça que me é dada, digo a cada um de vocês: que ninguém tenha de si um conceito mais elevado do que deve ter, mas ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé, que Deus lhe concedeu” (Rm 12.3).
Concluo dizendo que, no processo de autoavaliação, devemos: enxergar nossos erros e acertos, reconhecer com humildade nossos pontos fortes, corrigir nossos pontos frágeis, nossas debilidades e decidir a cada dia viver debaixo da graça e misericórdia de Deus.
O coração contrito e humilhado é aceito por Deus (Sl 51.17). Não tenha receio de fazer frequentemente sua autoavaliação, pois assim você poderá conhecer-se melhor e terá a possibilidade de, ao tomar as atitudes certas diante dos resultados obtidos, chegar mais perto de Deus.
Judite Alves
*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).