Os dias que vivemos são bem acelerados, muitos exigentes e cheios de vozes concorrentes pela nossa atenção: carreira, rivalidades, estudos, família e ministério. No meio desse turbilhão, a Escritura nos chama a estabelecer prioridades, isto é, vida no Espírito, serviço amoroso e glória somente na cruz. Esse texto mostra como a mulher cristã pode caminhar com firmeza — sem ceder ao relativismo, sem sucumbir ao perfeccionismo — sustentada pela graça que restaura.
É necessário restaurar com mansidão e lucidez
Paulo ensina que se alguém for “surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão” (Gl 6.1). O texto ensina que quando alguém tropeça, quem é “espiritual” não expõe, cancela ou descarta, mas restaura. A mulher madura no Espírito, corrige sem humilhar.
Esse processo exige duas atitudes: Mansidão vigilante - a mesma graça que levanta a outra é a que me preserva de cair; e Responsabilidade pessoal - carregamos uns as cargas dos outros, mas também assumimos o próprio fardo. Nem a comparação que infla, e nem a culpa que paralisa.
Para a mulher cristã moderna, isso implica postura ética bíblica em ambientes concretos, tais como, as conversas nos grupos da igreja, família, redes sociais. Restaurar significa preferir o diálogo e não a exposição, a oração em lugar do boato, a orientação firme e amável ao invés do julgamento prévio.
É necessário semear no Espírito com perseverança
A vida cristã é agricultura espiritual: o que semeamos, colhemos. A mulher que decide semear no Espírito investe tempo, dons e recursos onde Cristo está operando. Em Gálatas temos três modelos de semeaduras:
1. Generosidade sustentável: “o que é instruído na palavra reparta seus bens com aquele que o instrui” (Gl 6.6); 2. Coerência de escolhas: “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7); e, 3.Perseverança no bem: “façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10).
Para a mulher cristã de hoje, isso significa ajustar hábitos e atitudes conforme os valores cristãos. Tomar cuidado com o consumo excessivo e não ser sovina com o reino de Deus; semear alegria, paz e amor e não discórdia, constrangimento e rancor; e, exercitar a solidariedade e a empatia para com todos. Pequenas fidelidades, constantemente repetidas, viram colheita.
É necessário gloriar-se apenas na cruz de Cristo
Paulo desconstrói as vanglórias religiosas e culturais: “longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6.14). Significa que o rótulo não nos define, e nem a aprovação social ou a “marca” ou a “moda” do momento. O que nos define é a cruz de Cristo! Duas marcas são evidenciadas de quem vive a novidade do Evangelho:
1. Identidade centrada em Cristo: “em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas o ser nova criatura” (Gl 6.15). É a cruz que nos liberta de buscar validação em desempenho, aparência ou militância. O ser uma “nova criatura” vale mais que “nova tendência”.
2. Regra de conduta cristã: “paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel de Deus” (Gl 6.16). Andar segundo essa régua — a do Espírito — espalha reconciliação. A mulher que vive assim torna-se uma ponte, e não um obstáculo; uma luz que irradia, e não um farol de si mesma.
Em suma, a mulher cristã moderna não é chamada para viver “de tudo um pouco”, mas viver tudo em Cristo. Pergunte a si mesma: “O que tenho semeado? Onde busco minha glória? A quem preciso restaurar?”. Substitua críticas veladas por um encontro honesto e amoroso. Ore antes de falar; ofereça ajuda prática depois de falar. Lance uma semente por dia. Restaurar com mansidão, semear no Espírito e gloriar-se apenas na cruz. Nesse caminho, a dignidade floresce, a fé amadurece e a influência se torna serviço — para a glória de Deus e o bem do próximo.
Queridas, Deus vos abençoe, até mais!
Dirlei Baptista
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