A Bíblia revela um Deus que restaura e reconstrói. Onde há relacionamentos destruídos, Ele renova; onde há muros derrubados, Ele levanta colunas; onde há corações quebrados, Ele derrama bálsamo. Em Cristo, a Graça visita realidades em ruínas: os lares feridos, vocações adormecidas e sonhos interrompidos, Deus transforma em testemunhos de fidelidade.
Este artigo, oferece orientações para a reconstrução, lembrando que “a mulher sábia edifica a sua casa” (Pv 14.1) e que, no poder do Espírito, somos chamadas para ser “reparadoras de brechas” (Is 58.12).
O Deus restaurador e a dignidade da mulher
A restauração nasce do caráter de Deus. Ele é o Criador! Portanto, seu propósito é reconciliar tudo em Cristo: “por meio dEle reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus” (Cl 1.20). Desse modo, reconstruir não é apenas um projeto humano; mas, sobretudo, corresponder à obra que o próprio Deus iniciou.
Assim sendo, a mulher criada à imagem de Deus possui dignidade e vocação espiritual para reconstruir. A mulher fiel é chamada para edificar sua família. Da mesma forma como Neemias chorou, orou e agiu diante dos muros em ruínas, as mulheres de Deus discernem a ruína, intercedem com jejum, perseveram e trabalham com coragem.
Estrutura da reconstrução: graça, verdade e perseverança
A reconstrução não começa com força própria, mas com favor imerecido. A graça perdoa culpas, cura traumas e reorienta afetos. Onde a vergonha paralisa, a graça levanta. A Escritura é a verdade, o prumo e o nível dessa obra: “lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos” (Sl 110.105). Sem a Escritura, a reconstrução se torna improviso; com a Escritura, torna-se sabedoria.
A perseverança no Espírito fortalece as mãos cansadas e confirma os passos. O espírito distribui dons para serviço — consolo, ensino, administração, intercessão — e os usa para erguer pessoas e estruturas. Porém, reconstruir exige santidade prática, veracidade no falar, fidelidade nos compromissos, e domínio próprio nas emoções. A ética cristã não é ornamento: é cimento que mantém as pedras unidas.
Caminhos práticos para restaurar e edificar famílias
Em primeiro lugar é preciso discernir: onde estão as brechas? Relacionamentos rompidos? Culpa não tratada? Fadiga espiritual? O segundo passo é priorizar: começando pela reconciliação com Deus, aliança conjugal, cuidado materno, e demais projetos. Em terceiro lugar é necessário planejar: estabelecer metas, tais como, horário de oração, encontros familiares, restauração de diálogo, retorno ao ministério.
Para que esses caminhos sejam eficazes são indispensáveis as seguintes condutas: Perdão e reparação: pedir perdão, restituir quando possível, reconstruir confiança com constância; Mesa e Palavra: momentos de leitura bíblica e conversa sincera — a mesa como altar doméstico; Ordem e trabalho em equipe: pequenas rotinas sustentam grandes mudanças. Ninguém reconstrói sozinha.
Em suma, Deus não chama mulheres perfeitas, mas dispostas. A mesma mão que ergueu Jerusalém após as ruínas fortalece você para edificar sua casa e reavivar seu chamado. Em Cristo, ruínas não são ponto final; são canteiros de obras da graça. Caminhe em sabedoria, permaneça na Palavra, sirva no poder do Espírito e deixe que seu lar e sua vocação contem a história do Deus que faz “todas as coisas novas” (Ap 21.5).
Queridas, Deus vos abençoe, até mais!
Dirlei Baptista
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