Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

Organizando o espaço da Casa

Casar é mais do que morar junto. É conjugar tempo e projetos de vida, construir sentimentos e desejos, dividir tarefas e contas, somar competências e qualidades, sempre partilhando o mesmo espaço físico.

Há noivos que compram juntos um terreno ou uma casa, e que desde o noivado aprendem a dividir despesas, a assimilar as responsabilidades do cuidado do lar, e a se conscientizarem de que o espaço da casa pertence aos dois. Outros há que se casam e ganham um apartamento ou casa de um dos pais, e alguns moram na casa dos pais de um dos cônjuges, ou constroem no terreno da família de um deles. Nestes casos, pode acontecer de um dos cônjuges se sentir intruso no espaço alheio, como se não tivesse o direito de opinar ou decorar a seu gosto o espaço da casa.

Na verdade, todo casal precisa ter um espaço seu. O ideal é que seja um espaço único, uma casa só dos dois, onde ambos não possam sofrer interferência dos membros das famílias de origem. Contudo, mesmo quando a casa for compartilhada, devem respeitar as regras dos donos da casa, mas há que haver regras particulares e um espaço, mesmo que seja um quarto, no qual o casal possa ter sua privacidade garantida e opinar sobre a decoração e arrumação do mesmo, cientes de que o espaço é dos dois.

Se o espaço a ser partilhado numa casa é um espaço mútuo, este deve sempre servir aos direitos e deveres de ambos os cônjuges. Portanto, não pode existir a figura da “dona da casa”, em que a mulher não permite que o marido e os filhos se sintam parceiros em um lar – onde um chão impecavelmente limpo não pode ser pisado, onde um sofá é tão lindo a ponto de ninguém poder sentar, ou onde brinquedos só servem para enfeitar as estantes e não podem ser manipulados pelas crianças!

Por outro lado, muitas vezes o “chefe da casa” também não permite que a mulher decida o que fazer para as refeições, não respeita a arrumação do lar e larga tudo aberto e espalhado pela casa. Há homens que gostam de frequentar feiras antigas para comprar objetos quebrados, fazendo da casa um ferro-velho, e que obrigam sua mulher e filhos a conviveram com ferros enferrujados, vários eletrodomésticos que não funcionam, ou pneus velhos que não têm mais utilidade. Passam o dia fazendo bagunça e ainda acham que a mulher e os filhos servem unicamente para servi-los.

Independente do fato de os dois trabalharem ou de um deles ficar só com os cuidados da casa e dos filhos, os cônjuges precisam aprender a dividir tarefas, responsabilidades e privilégios do lar. Precisam aprender a dividir o espaço sabiamente, respeitando o trabalho do outro, suas habilidades e limites, suas atribuições e talentos.

Marido e mulher necessitam sentar e organizar o espaço da casa, aprendendo o lugar dos sapatos, panelas, roupas e ferramentas. Devem sair juntos para fazer as compras para a casa, dos móveis à alimentação, e empenharem-se num esforço mútuo para ter e preservar móveis e acessórios do lar. Além disso precisam negociar tempo e espaço para estudo e meditação a sós, bem como negociar divisão de tarefas, respeitando o tempo e habilidades de cada um.

O marido precisa se sentir confortável e aceito em sua casa, elogiar e agradecer pelo cuidado da esposa em fazer ou coordenar o trabalho de uma casa. E a mulher deve permitir que o marido faça os afazeres domésticos sem desestimulá-lo. Já ouvi de muitos maridos que deixaram de arrumar a casa, lavar a louça ou cozinhar porque não eram elogiados, ou eram até criticados porque não faziam as tarefas tão bem quanto as suas esposas! O resultado é que perderam a vontade, não mais praticaram (e consequentemente não se esmeraram), e hoje suas esposas reclamam do fardo que têm de cuidar da casa sozinhas.

Se você é mulher, aproveite a boa vontade do seu marido e ensine-o a cozinhar e a arrumar a casa. Mesmo que no início as tarefas não saiam perfeitas, ainda assim elogie e estimule-o (se o trabalho não ficou realmente bom, sem ele ver, vá arrematando o que não ficou legal...). Com o tempo você poderá se surpreender quando ele fizer algo em casa melhor do que você!

Conheço casais em que é o homem quem melhor cozinha ou que tem mais paciência para levar as crianças à praça, trocar fraldas ou escolher frutas e legumes no supermercado. Há homens que gostam de ajeitar enfeites e que arrumam uma mesa com detalhes surpreendentes, e há mulheres que se sentem super prendadas pintando paredes, mexendo em encanamentos e fiação elétrica, e que se satisfazem trocando lâmpadas ou lavando o carro da família!

Se você é homem, aprenda a elogiar e a respeitar as pequenas tarefas do dia a dia de uma casa. Envolva-se, faça tarefas domésticas como lavar louças ou varrer a casa, perceba o quão gratificante pode ser passar ou pendurar roupas. Ao mesmo tempo você aprenderá também o quanto o trabalho doméstico pode ser desgastante, e só então saberá o quão frustrante é a esposa trabalhar o dia todo em casa e ouvir da pessoa que se ama a famosa frase “você não faz nada o dia inteiro” só porque ela não trabalha fora.

Fazer de uma casa um casamento é colocar uma casa em movimento constante e ascendente. Isto é tarefa do marido e da mulher, e é resultado de amizade, onde o afeto gera respeito pelo fazer do outro, transformando pequenas ações em grandes gestos de amor.

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Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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