A paz do Senhor a todos! Sou Ana Paula Conceição Camelo Ferreira, tenho 47 anos e sou casada com Abel Caetano. Sou mãe de três filhos: Ayla, Angela, Davi e avó do Rodriguinho. Sou pregadora da Palavra de Deus e membro da Igreja Assembleia de Deus Ministério Reviver, em Queimados (RJ).

Em 2019, fui diagnosticada com uma pedra de 19 milímetros no rim direito e, nessa consulta, o médico me disse que era caso de cirurgia. Porém, passou uns remédios e me liberou. No dia 11 de novembro de 2020 foi quando meu processo se iniciou. Estava indo para o trabalho e comecei a sentir fortes dores, decidi então ir ao hospital mais próximo, Souza Aguiar, e pedi ao meu esposo para me encontrar lá. Fui consultada e o médico passou uma tomografia. No laudo alegou uma lesão no rim direito e o cálculo renal. E como já estava bem grave eu precisava ficar internada. 

Mas o ano era da pandemia da Covid-19, sendo assim, precisei assinar um termo dizendo que “eu teria que ficar lá por 90 dias esperando para fazer a cirurgia e sem visitas”. Isso porque o hospital estava lotado de pessoas com o vírus. No momento de desespero, assinei. Porém, quando eu vi a cadeira e aquela sala lotada onde eu deveria ficar durante 90 dias, me desesperei e falei que não ficaria mais lá. Aquela noite foi longa, não podia me mexer porque sentia muita dor, já não saia quase nada de urina e o pouco que saia era muito escura.

Amanheci passando muito mal, vomitando, minha pressão abaixou 8/5 e meus batimentos cardíacos estavam 43 por minuto. Nesse tempo minha mãe apareceu, após vir de uma consagração quando o Espírito do Senhor mandou ela passar na minha casa. Ela me viu daquela forma desfalecida nos braços dela. Orou e clamou pelo nome de Jesus. Depois, minha filha e meu marido saíram comigo às pressas para encontrar um atendimento médico. 

Percorremos 191 km e todos os hospitais que íamos estava cheio ou não tinha a estrutura que eu precisava naquele momento. Chegou à noite e novamente voltei para casa com fortes dores. Eu só pedia a Deus misericórdia e Deus levantou grupos de oração para interceder por mim. Meus familiares tentavam com seus conhecimentos com autoridades e todos tinham a intenção em me ajudar e eu agradeço a todos. 

Acordei com fortes dores e seguimos em direção a outra cidade vizinha e lá conseguimos pronto socorro, mas só fiquei no soro e depois fui liberada. Seguimos para um hospital em Piraí, porque soube que lá fazia esse tipo de cirurgia. E foi no exame de sangue que descobrimos que, além do cálculo renal, eu estava com uma infecção generalizada (sepse). A médica falou que eu teria que ficar para tratar a infecção.

Fui encaminhada para uma sala e me despedi do meu marido e da minha filha. Na noite do dia 13 passei muito mal à noite toda. Segundo conta Sueli, que era acompanhante da mãe dela e estava no mesmo quarto que eu, eu fiquei inquieta, gemendo e me debatendo. Ela pensou que eu estava morrendo, e chamou rapidamente o médico de plantão. Na mesma hora fui levada para o CTI, estava tendo uma taquicardia.

Eles ligaram para os meus familiares e pediram para eles voltarem ao hospital. Naquela CTI eu tive uma visão: um homem todo de branco me chamava e falava para mim, ‘olha isso’. Quando eu olhava era uma estrada e tinha muitos homens todos de uniforme construindo os trilhos do trem, e o homem de branco mandava eu ir, ‘vai pegar o trem’ e eu falava ‘não tem como eles ainda estão construindo’, e ele falava ‘vai porque ainda tem muitos lugares para você percorrer’. E eu voltei dessa visão e como não estava conseguindo falar, eu falei na mente: “Ah Senhor, deixa eu voltar pra minha casa, deixa eu voltar pra minha família, deixa eu ver meu neto, eu acabei de ter meu netinho, deixa eu voltar pra minha igreja, para obra missionária, e aos poucos eu fui melhorando”.

Durante aquela noite, como minha filha não voltou para casa, por morarmos longe, a coordenadora do hospital permitiu que ela entrasse e me visse ali no CTI. E o Senhor foi tão misericordioso que ela passou a noite ali segurando na minha mão e eu desacordada. 

No dia seguinte, o médico solicitou uma Ressonância Magnética para saber mais detalhes do meu caso, só que era na cidade vizinha em Volta Redonda. A ambulância chegou e minha filha me acompanhou. Foi uma viagem muito difícil, pois eu vomitava muito. A pressão estava subindo e me sentia muito mal, mas em todo o tempo eu não murmurei. Eu falava com a minha filha que eu não estava bem e ela segurava na minha mão. Imagino como estava o coração dela, mas ela não saia do meu lado.

Quando cheguei ao hospital, demorei muito a ser atendida. Em todo o tempo eu pedia a ajuda do Senhor. O médico conversou com meu esposo e disse que demoramos muito a ser atendida, pois, a infecção já estava muito grave, o rim dilatado e muito infeccionado, além dos batimentos cardíacos que estavam muito acelerados e não queriam abaixar mesmo com os remédios. O médico pediu a transferência para outro hospital. 

E como não conseguimos a transferência, depois da ressonância, voltamos para o hospital. Quando o médico olhou o laudo da ressonância, viu que o cálculo renal estava no ureter, obstruindo a passagem da urina, por isso que o rim se dilatou e daquela forma teria que arrancá-lo. E era por isso que eu só conseguia urinar bem pouco e a urina saía no tom avermelhado e com odor muito forte.

A opção que tinha era colocar um cateter. Passou três dias e fui levada para a sala de cirurgia e o médico especialista colocou o cateter para tentar retirar toda urina que estava presa no rim. Após a colocação, passei muito mal, não conseguia beber água e era muito remédio para tomar. Não poderia ter acompanhante, mas Deus permitiu e minha filha ficou ali cuidando de mim. Eu só levantava uma vez ao dia para tomar banho. Fiquei com o cateter durante 12 dias e fui melhorando devagarzinho. 

Sei que com essa experiência Deus me provou o tempo todo. Deus prova para ver onde está o nosso coração. Eu e minha casa passamos por isso e eu agradeço a Deus por ter sido presente na minha vida durante esses dias de sofrimento. 

O médico pediu para eu ficar dando voltas no hospital para não dá água nos pulmões. E com ajuda da minha filha fui caminhando. Quem me via ficava surpreso, pois da forma como eu estava, não viveria.  E para glória de Deus ali estava eu passeando pelos corredores! Deus é fiel. 

Depois disso um médico foi falar comigo que estava pedindo a minha transferência, pois como eu não era da cidade de Piraí, não era justo eu está me tratando ali. E que eu teria que procurar a cirurgia para retirar a pedra na minha cidade. A infeção foi melhorando e o rim foi voltando a funcionar para a glória de Deus. O meu amigo Jesus fez o milagre e meu rim foi curado!  Recebi alta e fui para casa, depois de três dias o hospital me ligou para uma consulta com o urologista, como eu não era daquela cidade eles não poderiam me operar, e naquele dia meu esposo conversou com a coordenadora e explicou a ela que não tínhamos conseguido onde operar e se lá podia fazer essa cirurgia. Para glória de Deus, após essa conversa, ela liberou a cirurgia. 

No dia 18 de dezembro fiz a cirurgia, mas não conseguiram retirar toda a pedra. pois era muito grande e pediram para remarcar uma segunda cirurgia. Só que dessa vez, o hospital não autorizou a cirurgia, pois em 2021 foram trocadas todas as pessoas da coordenação hospitalar. O tempo foi passando e continuamos à procura de um lugar para fazer a segunda cirurgia, e a única alternativa foi pagar um plano de saúde e esperar a liberação. Um ano depois eu fiz a segunda cirurgia e o cálculo restante foi retirado. 

Minha vida é um milagre de Deus e eu só tenho a agradecer a Deus e a todos que oraram por mim durante esse período. Agradeço a minha família, amigos, irmãos e aos enfermeiros e médicos que cuidaram de mim. Passei por esse processo porque Deus tinha um propósito de eu propagar a Palavra dele. Hoje, por onde eu passo pregando a Palavra, eu falo que Deus me ressuscitou entre os mortos. “Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos” Jó 42.5

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