“Melhor é o longânimo do que o valente, e o que domina o seu espírito do que o que toma uma cidade.” (Provérbios 16:32)
Cada uma de nós carrega em sua essência um temperamento, que é a base do nosso modo de ser, pensar, sentir e agir. Ele pode se expressar como força, coragem e determinação, mas também pode nos conduzir à impulsividade, irritação e descontrole, se não for moldado pelo Espírito Santo.
Por isso, o equilíbrio é um presente de Deus que precisamos buscar diariamente, cultivando os frutos do Espírito (Gálatas 5:22-23): amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
Temperamentos na Bíblia
A Palavra de Deus nos mostra mulheres de diferentes temperamentos:
- Sara, esposa de Abraão, revelou impaciência ao esperar a promessa de Deus, tomando decisões precipitadas, oferecendo a sua serva egipcia Agar para gerar um filho (Gênesis 16). Ainda assim, o Senhor cumpriu sua promessa, ensinando-nos que a ansiedade pode ser transformada em fé e confiança.
- Ester, por outro lado, mostrou equilíbrio e coragem. Em silêncio e oração, soube agir com prudência diante do rei para salvar seu povo (Ester 4–7).
- Marta, no Novo Testamento, era ativa e prática, mas muitas vezes ansiosa. Jesus a ensinou a buscar o equilíbrio, lembrando-lhe que “uma só coisa é necessária” (Lucas 10:42).
- Maria, irmã de Marta, tinha um temperamento contemplativo, voltado à escuta. Sua postura revela a importância de cultivar momentos de devoção e quietude diante de Cristo. Esses exemplos mostram que, seja qual for o nosso temperamento, Deus pode usá-lo de forma equilibrada quando nos rendemos à Sua direção.
O olhar da Psicologia Cognitiva
A Psicologia Cognitiva entende o temperamento como componente inato, a base psíquica sobre a qual se constrói a personalidade.
É influenciado por fatores embientais e aprendizados. O temperamento influencia a forma como reagimos às situações, mas não determina nossas escolhas. É possível desenvolver novas formas de pensar e agir, reestruturando crenças e padrões emocionais. Assim como aprendemos a ponderar e reestruturar pensamentos divergentes ou perniciosos por pensamentos saudáveis e construtivos, também podemos treinar nosso espírito e mente para responder com mansidão e domínio próprio, e não com impulsividade.
O Apóstolo Paulo deixa um ensinamento muito rico, que, nós mulheres devemos pensar e aplicar todos os dias: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, nisso pensai”. (Filipenses 4:8)
Como conseguir o equilíbrio?
O perdão: é um dos maiores exercícios de equilíbrio interior. Sem ele, ficamos presas ao ressentimento. Mulheres como Ana, mãe de Samuel, mostraram como entregar a dor e a angústia diante de Deus pode transformar lágrimas em louvor (I Samuel
1).Viver no Espírito: significa permitir que Ele direcione nossas reações. Se somos naturalmente explosivas, Ele nos conduz à mansidão; se somos tímidas, Ele nos dá ousadia; se somos ansiosas, Ele nos ensina a descansar em Suas promessas.
Aplicando em nossa vida
- Reconheça seu temperamento: olhe para dentro de você e perceba seus pontos fortes e os vulneráveis.
- Ore pedindo ao Espírito Santo domínio próprio e equilíbrio.
- Exercite o fruto do Espírito em atitudes práticas: ouvir antes de responder, perdoar antes de guardar rancor, ter paciência antes de agir.
- Confie que Deus pode usar seu temperamento, assim como usou o de mulheres da Bíblia, para cumprir Seus propósitos.
Quando o Espírito Santo molda nosso temperamento, deixamos de ser escravas das nossas reações e nos tornamos mulheres equilibradas, que edificam a família, a igreja e a sociedade.
“O fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.” (Gálatas 5:22-23)
Até a próxima, grande abraço.