O livro de Cantares expressa o amor de Deus pela humanidade, e também retrata a intimidade do amor conjugal. O livro é repleto da expressão "o meu amado”, que pode ser compreendida como “aquele que a quem eu amo”.
Há uma necessidade intrínseca em cada um de nós de ter alguém para chamar de “meu”. É por esta razão que desde pequenos definimos os meus: meu pai, minha mãe, meus irmãos, meu primo, minha tia, meus avós, meus amigos. E, na verdade, é ainda muito melhor poder chamar uma pessoa especialmente de “meu amado” ou “minha amada”.
Muitos são os que amamos, e espero que os que você ama possam ter a convicção de que você os ama. Parece simples, mas muitos são os filhos amados que não sabem ser amados, simplesmente porque não ouvem declarações de afeto e/ou elogios suficientes para a construção da boa auto estima. Da mesma forma, muitos cônjuges amam, mas guardam seus amores, provocando uma insegurança afetiva no outro, que não sabe ser amado e, consequentemente, também não aprende a demonstrar o amor que sente.
Em algumas passagens de Cantares, lemos: Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu. (Cantares 6.3); O meu amado é meu, e eu sou dele. (Cantares 2.16). Gosto destas frases porque demonstram uma certeza de amar e ser amado – o que traz segurança para o relacionamento, cuja transparência afetiva gera auto confiança, evitando ciúmes e temores de que “o outro vai me deixar” ou “não sei se o outro ainda me ama”.
Nossos filhos e cônjuges merecem saber do nosso amor, pois nossos afetos devem ser expressos, precisam ser constantes e sempre confiáveis. Assim como saber do amor de Deus por nós nos aproxima Dele, quando nossos familiares e amigos sabem da sinceridade e profundidade do nosso amor, eles se sentem seguros para se aproximar e para se abrirem conosco.
Contudo, sem dúvida alguma, é muito bom poder dizer Eu sou do meu amado e meu amado é meu! Esta frase retrata a decisão de escolher pertencer a quem amamos e aos que nos amam, ao mesmo tempo que reflete a escolha do outro de pertencer a nós. Afinal, amor é entrega, é doação, é escolher se dar a uma outra pessoa – tal como Jesus nos amou e se doou a nós: andai em amor como Cristo, que também nos amou e se entregou por nós a Deus (Tito 2.14).
Necessitamos decidir pela entrega completa e permanente e Deus, que nos amou primeiro e nos instiga a amar a ele a aos outros. Precisamos amar aos outros com amor sincero, voluntário, sacrificial e dedicado. E devemos valorizar aqueles que, de forma resignada e sincera, escolhem nos amar e passar a serem nossos por laços de consanguinidade e/ou de afeto.
Assim sendo, se você pode dizer que seu amado marido é seu, valorize-o!
Se você pode dizer que seus amados filhos são seus, seja agradecido!
Se as pessoas amam você e escolhem manter você perto do coração delas, aquecendo os seus dias com abraços apertados e beijos carinhosos, louve a Deus!
Muitas são as pessoas que foram amadas e decidiram ir embora de relacionamentos felizes. Muitos maridos e pais amados abandonaram suas famílias. Muitos amados filhos se distanciaram por conta de cônjuges ciumentos ou amizades erradas!
Reforce seus amores. Empenhe-se para amar ainda mais os que você já ama. Esforce-se para amar os que são difíceis de serem amados. E cultive e chame Deus de o seu amado – ele sempre será seu enquanto você escolher ser dele!
Elaine Cruz
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