Comemorar aniversário é um costume que nossa sociedade abraçou, e que permanece bastante arraigado nos nossos dias. E em tempos de redes sociais, quando os aplicativos avisam sobre o aniversário dos chamados "amigos virtuais”, ficou ainda mais fácil para as pessoas se lembrarem de felicitar os aniversariantes e, quem sabe, serem convidadas para as festas.
Desde o antigo Egito, cerca de três mil anos antes de Cristo, temos evidências de que as pessoas comemoravam os aniversários dos faraós e das pessoas importantes. Os gregos e os romanos adotaram este costume, mas mantiveram as comemorações apenas a seres superiores: reis, deuses, imperadores, senadores e nobres.
No início do cristianismo, por conta das origens pagãs, o costume de comemorar aniversários foi abolido – e só no quarto século, quando a igreja começou a celebrar o nascimento de Cristo, o Natal, as pessoas foram, pouco a pouco, passando a comemorar seu próprio aniversário.
O Brasil assimilou as celebrações e brasileiros gostam de festejar. Há famílias que, no primeiro ano de uma criança, todos os meses comemora o Mesversário, com direito a bolo e docinhos. Quando uma adolescente completa quinze anos (ou dezesseis nos Estados Unidos), há a expectativa de uma grande festa, e são muitos os pais que se endividam por anos para pagar os festejos. Comemoramos aniversários de casamento, aniversários de fundação de uma igreja, e alguns ainda celebram o aniversário da construção ou da mudança para a casa onde moram.
A Bíblia não condena nem aprova festas de aniversário. Ela cita o aniversário de Faraó (Gênesis 40), quando o copeiro que dividia a prisão com José foi solto, e também cita o aniversário de Herodes (Mateus 14), quando João batista foi decapitado. E embora a Bíblia não relate outras comemorações, na época bíblica era costume celebrar o nascimento de uma criança, sendo a apresentação no templo parte dessa celebração de gratidão e dedicação a Deus. Nos tempos bíblicos, um menino, ao completar doze anos, já tinha idade para entrar no templo, sendo, portanto, uma data importante a ser celebrada.
Sabemos que a vida é um presente de Deus. E viver muitos anos é uma honra divina. Portanto, podemos celebrar sim, desde que agradeçamos a Deus por seu cuidado e amor. Afinal, enquanto comemoramos os anos que completamos, estamos também excluindo estes anos do somatório dos anos que nos restam – e só Deus sabe o exato número dos nossos dias!
A Bíblia afirma: Os dias do homem estão determinados; tu decretaste o número de seus meses e estabeleceste limites que ele não pode ultrapassar. (Jó 14.5). E Davi, o homem segundo o coração de Deus, tinha tanta clareza deste fato, que declara: Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida e o número dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou. Deste aos meus dias o comprimento de um palmo; a duração da minha vida é nada diante de ti. De fato, o homem não passa de um sopro. (Salmo 39.4,5).
Algumas pessoas não gostam de festas. No dia do aniversário, preferem ficar sozinhas, ou celebrando com a família mais próxima. Isto não é errado, assim como também não é pecado gostar de celebrar com parentela e amigos. Contudo, o mais importante é não fazer da nossa vida a razão da celebração: a razão de celebrar a nossa vida é celebrar a Vida!
Precisamos louvar a Deus porque nos fez de forma maravilhosa. Necessitamos agradecer a Deus por nos sustentar com vida e saúde, exaltando-o por sua misericórdia e grandeza: Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho plena certeza. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir. (Salmo 139.13-16).
Deus é a razão de estarmos vivos, o motivo de todas as nossas conquistas, e o fundamento do nosso viver. Vivemos Nele, por Ele e para Ele!
Elaine Cruz
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