Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

O tempo voa?

É muito comum conversarmos com pessoas e percebermos o quanto elas estão assustadas com a rapidez da passagem do tempo nos nossos dias. E não importa a idade: todos confirmam que o tempo está passando muito rápido!

Os mais velhos podem comparar os dias atuais com as atividades que desenvolviam na juventude, como passear todos os dias na praça da cidade depois do trabalho, ou o hábito de poder conversar com vizinhos e parentela no final da tarde. É certo que o dia começava cedo, com o cantar do galo, e para os muitos que não tinham luz elétrica em casa, o dia terminava pouco depois do escurecer, mas sem atropelos, pois dava tempo de realizar todas as tarefas.

Para os que estão na meia idade, como eu me incluo (nascida na década de sessenta), os dias parecem estar menores. Na infância, depois da escola, ajudávamos os pais nas tarefas domésticas, terminávamos os trabalhos escolares, e ainda dava tempo de brincar na rua com os amigos selecionados pelos pais - e algumas mães ainda conseguiam colocar uma cadeira no portão para assistir nossas brincadeiras. No meu caso, crescida na igreja sem televisão em casa, o dia rendia muito, e ainda íamos todas as noites para os cultos e ensaios realizados na igreja que pertencíamos.

Os que nasceram antes dos anos noventa, foram percebendo a dinâmica do tempo mudar, ao mesmo tempo em que assistiam a chegada do fax, da internet discada, do computador pessoal, dos vários games e dos aparelhos celulares, que foram diminuindo de tamanho e cada modelo. Brincar na rua e conversar com amigos reais foi ficando menos interessante – a diversão hoje está na palma do celular, e muito se contentam com seguidores e amigos virtuais.

Os adolescentes e jovens de hoje já nasceram inseridos em comunidades virtuais, e com cobranças cada vez maiores. Nos dias atuais há a cobrança de um conhecimento de vários idiomas, da prática de exercício regular, de mais tempo gasto dentro de salas de aula, e de uma inserção no mundo virtual: precisam postar tudo o que fazem (inclusive o que comem ou vestem), e sempre sorridentes e muito bem produzidos!?

Hoje muitos estão cercados de informações, mas sem tempo de analisar os fatos. Estão absortos em mundos virtuais, mas sem tempo para aproveitar a família e os amigos reais. Vivem correndo de um lado para o outro, mas sem conseguir tempo para avaliar o quanto suas atuações geram, de fato, edificação pessoal ou espiritual.

Neste turbilhão de vivências, o tempo fica cada vez mais comprometido com tarefas e comportamentos desnecessários. São poucos os que conseguem seguir suas agendas, selecionar os sites, classificar as informações importantes, ou eliminar os falsos amigos e influenciadores digitais que deturpam o caráter. O dia passa imerso em muitas informações, que pouco informam, mas que formam em nós a percepção de que somos incapazes de fazer tudo o que nos propomos, que somos inaptos para o suposto sucesso dos outros, e que o tempo é curto para realizar tudo o que desejamos.

Na verdade, o tempo passa no mesmo ritmo de sempre. E, segundo a Bíblia, o tempo passa rápido, mas não voa, nós é que voamos: Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos. (Salmo 90.10).

Se nós é que voamos, precisamos organizar ainda melhor o que estamos levando em nossa bagagem. Devemos selecionar muito bem o que guardaremos na memória. Escolher corretamente o que deixaremos escrito no livro da nossa vida. Isto implica usar o tempo a nosso favor, de forma a priorizar os verdadeiros afetos, administrando bem o tempo gasto com a família e os que nos amam, e dedicando mais do nosso tempo para uma vida relacional com Deus.

Voe com calma, aproveitando a vista, fugindo dos ventos contrários, mas fitando os olhos no destino final: nos céus!

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Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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