Usamos a palavra anônima quando queremos falar sobre algo ou alguém desconhecido, sem renome nem fama. Quando um texto não leva a assinatura do autor, e não sabemos quem o escreveu, dizemos que está desprovido de autoria: é uma produção anônima.
Quando uma pessoa faz uma denúncia e não pode, ou não deseja, ser identificada, esta denúncia é anônima.
Dizemos que um fato foi executado por uma pessoa anônima quando esta prefere não revelar o seu nome. Assim sendo, podemos fazer uma ação ou comentário anônimo.
Na nossa vida, convivemos com muitos episódios e muitas pessoas anônimas. Podemos conversar com pessoas em um elevador, ou na praça de alimentação de um shopping, e não saber o nome delas. Em locais públicos, sorrimos educadamente, damos bom dia, dizemos obrigada, e não sabemos quem são as pessoas que nos cercam.
São muitas as pessoas anônimas que passam por nós, cujos semblantes são esquecidos. Algumas nunca mais as veremos na vida, especialmente aquelas com quem partilhamos um passeio ou transporte público em outras cidades ou países. São transeuntes, que passam rapidamente, mas não afetam ou permanecem na nossa vida.
Há, contudo, algumas pessoas anônimas que podem afetar nossas vidas, mesmo que não saibamos seus nomes. É o caso de alguns educadores presentes na nossa infância, de pessoas cuja simpatia e sorrisos mudaram o nosso dia. E também é o caso das muitas pessoas que oram por nós: de vizinhos que oram anonimamente pela conversão de outros, de parentes distantes que todos os dias suplicam a Deus pela nossa vida.
Eu sei que, ao longo de muitos congressos, conferências e viagens ao redor do mundo para pregar e ensinar, são muitos os que oram por mim, e até mesmo pela minha família, mesmo que eu não saiba seus nomes - e me emociono ao escrever isto, com muita reverência e gratidão – ciente de que Deus, que conhece a todos, há de recompensar tanto amor!
Mas há um fato inesquecível pra mim, acontecido há quase trinta anos. Na ocasião, eu estava passando por um período difícil, pois havia acabado de sair de um enfarto. Meus filhos estavam de férias, passando uns dias na casa de parentes, meu marido estava viajando a trabalho, e eu resolvi separar algumas madrugadas para fazer vigílias, com oração e louvor – gosto desses momentos entre eu e o Senhor!
Na última madrugada do período que eu havia proposto, quando eu estava orando e chorando diante de Deus, o telefone tocou. Eu atendi, e uma voz masculina parecendo de um interurbano distante, perguntou: “é a irmã Elaine?” Quando eu respondi que era eu, e pessoa disse: “Deus tem uma mensagem para você”. E imediatamente Deus começou a falar comigo, de uma forma direta, trazendo direções para aquele tempo até os dias de hoje!
Quando a mensagem terminou, antes que eu conseguisse me recompor do meu choro, eu simplesmente ouvi “Deus a abençoe”, e o telefone foi desligado. E como eu estava em um aparelho simples (daqueles que não registravam o número da chamada), até hoje eu não sei quem me ligou naquela ocasião.
Sei que Deus pode usar anjos, mas sei também que pode usar pessoas anônimas para abençoar nossas vidas. E se eu nunca souber quem me ligou, será mais uma pessoa anônima que se permitiu ser benção de Deus para abençoar minha vida!
Há muitas pessoas cujos nomes não estão registrados na Bíblia, como a mulher do fluxo de sangue, a mulher samaritana ou a mulher da cidade de Abel-Bete-Maaca, dentre tantas outras. Contudo, suas histórias abençoam nossas vidas até o dia de hoje!
Que possamos ser mais gratos pelos muitos anônimos que abençoam nossas vidas. Mas que possamos ser bençãos, mesmo no anonimato, para abençoar nossas igrejas, bairros e cidades, assim como nossos vizinhos, parentela e até desconhecidos transeuntes.
Deus, para quem ninguém é anônimo, certamente há de nos abençoar!
Elaine Cruz
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