A fala é um instrumento importante para a comunicação, tornando comum nossas ideias, projetos, receios e afetos. Através da fala nos expomos, ao mesmo tempo em que organizamos nossos pensamentos e emoções.
Falar é uma aquisição humana importantíssima, que aponta para o amadurecimento de diversas funções psicológicas superiores, aprontando o desenvolvimento mental e emocional – afinal, a fala nos permite interagir, realizar trocas sociais, facilitando nossa interação com os outros ao nosso redor.
Algumas pessoas gostam de falar mais do que outras, e fazem isto não só para interagir, mas pela necessidade de extravasarem sentimentos ou de receberem mais atenção. A verdade é que o muito falar até mesmo pode complicar as relações interpessoais, pois tudo, inclusive a fala, deve ser moderada e executada de forma correta: O que guarda a sua boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios tem perturbação. (Provérbios 13.3); Na multidão de palavras não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente. (Provérbios 10.19); O homem se alegra na resposta da sua boca, e a palavra, a seu tempo, quão boa é! (Provérbios 15.23); A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um. (Colossenses 4.6). Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos. (Provérbios 16.24).
Sim. Falar é um excelente remédio para a nossa psiquê, e palavras afetuosas e sábias podem curar a alma alheia. Contudo, em um mundo com tantos barulhos e tantas falas carregadas de conceitos e valores egoístas e errôneos, precisamos cada vez mais aprender a valorizar os silêncios.
A Bíblia afirma que há tempo de falar e tempo de calar (Eclesiastes 3.7). E todos nós, que já vivemos um pouco mais, temos a consciência e arrependimentos de momentos em que falamos quando deveríamos ter ficado em silêncio. Quantas amizades teriam sobrevivido com mais silêncio. Quantos relacionamentos afetivos com parentes, e até mesmo com cônjuge e filhos, seriam bem menos dolorosos se algumas frases não tivessem sido ditas!
Precisamos aprender a não fazer da nossa fala um instrumento precipitado de defesa ou de acusação. Na hora da discussão, quando perceber que o outro (ou você) não estão mais sendo construtivos, aquiete-se.
Ao perceber que uma outra pessoa tem a intenção de ferir, machucar ou fazer você perder a sua paz, silencie!
Mesmo quando o que você ouvir for injusto, argumente de forma calma e justa e, se o outro não parar, simplesmente fique quieto. Alguns silêncios ensinam, argumentam e trazem temor e respeito alheio, mais do que uma multidão de palavras. Lembre-se: Os lábios do tolo entram na contenda, e a sua boca brada por açoites. (Provérbios 18.6); Honroso é para o homem o desviar-se de questões, mas todo tolo se entremete nelas. (Provérbios 20.3); Até o tolo, quando se cala, será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios, por sábio. (Provérbios 17.28).
Muitas vezes, mesmo quando estiver só, e seus pensamentos (que são falas internas), resolverem tirar a sua paz, tire um tempo para ouvir um louvor e ler a Bíblia. Precisamos aprender a aquietar nossa alma, evitando que nossos lábios praguejem e declarem palavras contra Deus e suas promessas.
Jesus retirava-se para lugares solitários e orava. Afinal, a Bíblia afirma: Diz o Soberano, o Senhor, o Santo de Israel: No arrependimento e no descanso está a salvação de vocês, na quietude e na confiança está o seu vigor… (Isaías 30.15).
Silencie!
Elaine Cruz
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