Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

Cante como Davi

O dia 10 de setembro é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas ao longo do mês inteiro, conhecido como Setembro amarelo, discute-se como buscar evitar que pessoas tirem suas próprias vidas. Tratar do tema do suicídio não é uma tarefa simples, até porque vivemos mergulhados em uma cultura que cada vez mais vez valoriza a morte. 

Filmes, clipes e músicas incentivam a morte prematura, a inconsequência das drogas, e a busca pela adrenalina ao viver perigosamente. Vários sites ensinam crianças a se enforcar, adolescentes a cortarem suas veias, e pessoas de todas as idades a consumirem drogas. 

A Disney, por exemplo, construiu o enredo de um filme para crianças, pautado no evento conhecido como a “Festa da caveira mexicana”. Esta festa é, na verdade, uma comemoração do Dia de los Muertos (Dia dos Mortos), que se desdobra em vários dias de celebração e ritual para lembrar os entes queridos e familiares, cujas almas, segundo o costume, regressam por uma noite para partilhar com o mundo dos vivos.

Crianças e adolescentes jogam e assistem filmes e curtas sobre zumbis, lobisomens, fantasmas, mortos-vivos e vidas pós-morte.

E há muitos pais que compram roupas com desenhos de caveiras para crianças pequenas, tornando a morte algo divertido e banal. 

Precisamos nos lembrar e informar nossos filhos que todos vamos morrer - a não ser que sejamos arrebatados antes. Mas ressaltar que o dom da vida nos foi outorgado por Deus, ele sabe a soma dos nossos dias, e só Ele determina o tempo de vida de cada um de nós. 

Tirar a própria vida é pecado, é um homicídio praticado contra si mesmo, porém, é uma decisão que vem ganhando adesões cotidianamente. A Organização Mundial de Saúde sugere que há um suicídio a 15 segundos – o que significa que o número dos que tentam e falham é ainda muito maior.

A maioria dos suicidas já tentou e falhou algumas vezes, e passam muitos meses lutando com a vontade de tirar a vida. Alguns ainda conseguem elaborar, conversam com pessoas mais próximas sobre a vontade de tirar a vida, mas a grande maioria não é levada a sério. E embora o índice entre os mais velhos seja maior, na faixa dos 15 aos 29 anos o índice de suicídio vem crescendo assustadoramente ano após ano. 

O abuso de drogas, a depressão, a insatisfação profissional, o colapso financeiro, e o desencanto ao se deparar com situações amorosas indesejadas, têm sido as causas mais frequentes associadas ao suicídio. 

Contudo, atuando como psicóloga e conselheira pastoral, não há como anular a insistente sugestão maligna, que visa apontar a morte como uma solução final e plausível para o término da dor emocional. O grande engano é que o suicídio marca o fim da vida terrena, mas marca também o início de uma eternidade longe de Deus, com sofrimentos ainda maiores, inclusive de remorso pelo suicídio praticado.

Tem sido doloroso perceber o quanto a prática do suicídio tem crescido dentro de igrejas evangélicas, alcançando pastores, suas famílias e membros da igreja. E o discurso, que não anula o erro da prática suicida, é de que o suicídio é uma saída honrosa. A mentira satânica é que podemos terminar com tudo, que a vida não vale a pena, que não precisamos valorizar ou prestar contas do que fazemos com a nossa vida pra ninguém, e muito menos para Deus. 

É bom ressaltar, porém, que os atos suicidas são atos conscientes, fruto de uma elaboração mental, muitas vezes acompanhada de cartas de despedidas que contém a apresentação dos motivos e das desculpas. Assim sendo, são sujeitos às aplicações da justiça divina. 

Portanto, cabe-nos ficar mais atentos aos sinais expressos por pessoas que amamos, como o isolamento social, o descaso com o tratamento da depressão ou o crescimento da ansiedade exacerbada. Precisamos ajudar os que mantém uma tristeza profunda, alimentada por meses de murmuração e reclamação constante. Cuide dos entes queridos que apresentam apatia frente as conquistas, e alegrias cotidianas da vida. E reforce a vigilância, procurando inclusive tratamento psicoterápico, aos que evitam relacionamentos, toques, conversas e afetos. 

Siga olhando as pessoas nos olhos, apoiando e conversando com seu cônjuge, ouvindo as dores dos seus irmãos e filhos. E, acima de tudo, se você é quem está apresentando qualquer um destes sintomas ou comportamentos elencados ao longo deste artigo, peça ajuda! 

Avise às pessoas que amam você que você não está bem! Converse urgentemente com pastores(as) confiáveis e amáveis. Abra-se com seu cônjuge, procure terapia, e até mesmo consulte-se com um médico da sua confiança. 

E ore. Rasgue seu coração, deixe as lágrimas rolarem enquanto clama, e permita que o Espírito Santo ative sua fé e alegria novamente. Lembre-se que a Bíblia cita muitos queridos, como Elias e Jonas, que já estiveram aonde você está hoje. 

E, enquanto chora esperando a alegria voltar, cante como Davi: “Em alta voz clamo ao Senhor; elevo a minha voz ao Senhor, suplicando misericórdia. Derramo diante dele o meu lamento; a ele apresento a minha angústia. Quando o meu espírito desanima, és tu quem conhece o caminho que devo seguir. Na vereda por onde ando esconderam uma armadilha contra mim. Olha para a minha direita e vê; ninguém se preocupa comigo. Não tenho abrigo seguro; ninguém se importa com a minha vida. Clamo a ti, Senhor, e digo: Tu és o meu refúgio; és tudo o que tenho na terra dos viventes. Dá atenção ao meu clamor, pois estou muito abatido; livra-me dos que me perseguem, pois são mais fortes do que eu. Liberta-me da prisão, e renderei graças ao teu nome. Então os justos se reunirão à minha volta por causa da tua bondade para comigo.”‭‭(Salmos‬ ‭142‬:‭1‬-‭7‬ ‭NVI‬‬).

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Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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