Nossa geração está marcada pelo esgotamento. Crianças em idade escolar, envolvidas em diversas atividades diárias, reclamam de cansaço antes mesmo do dia encerrar. Adolescentes, por mais energia que tenham, também se sentem vencidos, como se suas forças fossem insuficientes para enfrentar a rotina. Não se trata apenas de trabalho excessivo, mas de um cansaço profundo, emocional e espiritual, que corrói a esperança e enfraquece a fé.
Em diferentes faixas etárias o cansaço tem sido o assunto dominante das conversas: Pais vivem exaustos na educação de seus filhos. Profissionais lutam contra o stress provocado pelo burnout. Cônjuges se afastam emocionalmente porque estão esgotados fisicamente, envolvidos com múltiplas tarefas que prejudicam os afetos.
Contudo, o cansaço não é um mal só da nossa geração. Jesus percebeu em sua geração algo semelhante: “Vendo Ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor” (Mateus 9:36). Assim como nos nossos dias, o cansaço daquela época não era apenas físico, mas fruto de vidas repletas de ansiedade e temor, sobrecarregadas por fardos impostos por Roma, que ninguém conseguia suportar.
Hoje, a política nos cansa. Lidar com pessoas vazias nos cansa. Ver notícias em telejornais cansam nossas mentes. Assistir escândalos no meio gospel cansam nossa fé. Muitos trabalham sem pausa, correm sem direção, lutam sem esperança. E a Bíblia não nega a fadiga; mas a assume como realidade até para os mais fortes: “Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços certamente caem; mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças” (Isaías 40:30-31).
Somos compelidos a correr atrás de resultados, ter sucesso na família, obter reconhecimento e eficiência profissional, e sermos vitoriosos nas batalhas espirituais. Vivenciamos um cansaço emocional crescente, marcado por ansiedade, comparações e excesso de informações. Mas viver sob tanta pressão pode nos fazer perder o foco do que é essencial: manter nossa sobriedade, nossa santidade e comunhão com Deus e com que amamos.
O salmista declara com sabedoria: “Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dele vem a minha salvação” (Salmo 62:1). E Jesus também declarou: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). Assim sendo, precisamos substituir a autossuficiência pelo descanso da dependência divina.
Se você se sente cansado, leve seu cansaço a Jesus, e deixe que ele alivie você de tantos fardos. Admita sua exaustão, e aprenda a descansar em pastos verdejantes e águas tranquilas, refrigerando a sua alma. (Salmo 23:2-3).
Reorganize sua agenda, e inclua pausas, solitude, férias e silêncios. Os que esperam no Senhor renovam as suas forças.(Isaías 40:31), pois reconhecem suas próprias limitações. Portanto, coloque limites saudáveis para você mesmo. Viver sem limites, sem horários, sem descanso e sem discernimento esgota qualquer pessoa. A Bíblia nos ensina a ter equilíbrio, a priorizar Deus, a rever a real importância das nossas atribuições, e a substituir a ansiedade pela oração: “Não andeis ansiosos… antes, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições.” (Filipenses 4:6-7).
Por fim, precisamos aprender a caminhar mais em comunhão: “Melhor é serem dois do que um… se um cair, o outro levanta.” (Eclesiastes 4:9-10). O isolamento dói, amplifica a a angústia e aumenta o cansaço. Carregar sozinho o que poderia ser dividido aumenta a pressão emocional e a fadiga mental e espiritual.
Lembre-se que a “alegria do Senhor é a vossa força.” (Neemias 8:10). Portanto, leia a Bíblia, ocupando sua mente com verdades bíblicas para combater pensamentos desgastantes, medos e mentiras que alimentam a exaustão. O Evangelho sempre aponta um caminho diferente: descansar para avançar; pausar para ouvir; render-se para ser renovado.
Em um mundo que exige pressa, Deus nos chama a parar. Em uma cultura que idolatra desempenho, Deus nos chama a descansar nele. Onde nossas forças acabam, começam as forças de Deus, que nunca se cansa!

Elaine Cruz
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