Eu estava lendo a Bíblia recentemente e fiquei profundamente impactada ao prestar atenção aos detalhes do relato sobre a ressurreição de Lázaro (Jo 11.1-46). Esse prodígio foi de extrema relevância no ministério de Jesus, pois levou muitos judeus a reconhecerem que Ele era, de fato, o Messias. Foi uma grandiosa demonstração de Seu poder. Quando Jesus trouxe Lázaro de volta, Ele revelou Sua autoridade tanto sobre a vida quanto sobre a morte.
É impressionante quando refletimos sobre isso. A Escritura nos oferece inúmeros lembretes de que a soberania de Deus é ilimitada. Para Ele, o extraordinário é corriqueiro. Existem diversas passagens que confirmam essa verdade. O profeta Isaías proclama: "Operando eu, quem impedirá?" (Isaías 43:13). O salmista também declara: "Uma coisa disse Deus, duas vezes a ouvi: que o poder pertence a Deus" (Salmos 62:11). E ainda exalta: "Tu és o Deus que fazes maravilhas" (Salmos 77:14).
Contudo, para vivenciarmos milagres, frequentemente precisamos atravessar momentos de dor, angústia e lágrimas. Todo prodígio é precedido por desafios e provações. Nessas ocasiões, quando nossa vulnerabilidade se torna evidente, necessitamos nos firmar na Palavra de Deus e recordar à nossa alma a grandeza e o poder do nosso Senhor.
Servimos a um Deus grandioso e justo, que é superior à dor, mais poderoso que qualquer enfermidade, que governa o universo, controla a natureza e, ainda assim, nos ama incondicionalmente, apesar de sermos pequenos, frágeis e, muitas vezes, falhos.
Algo que me chamou muita atenção na narrativa da ressurreição de Lázaro foi compreender com clareza que a onipotência de Deus não nos isenta das adversidades da vida. Essa é a primeira grande lição dessa história.
Lázaro e suas irmãs, Maria e Marta, eram amigos de Jesus. Eles tinham um relacionamento próximo com Ele, eram adoradores fiéis e recebiam Sua presença em seu lar. O Evangelho de João nos informa que Jesus os amava. No entanto, mesmo assim, Lázaro adoeceu. Marta e Maria enviaram um recado para Jesus pedindo ajuda, e Ele recebeu a mensagem. No entanto, aparentemente, não demonstrou uma reação imediata. Não foi ao encontro delas e tampouco enviou uma resposta. O que elas receberam de Jesus foi o silêncio. Buscaram o Mestre em meio à tribulação, mas não obtiveram um retorno imediato. E, então, Lázaro faleceu.
Você consegue imaginar a aflição que essa família enfrentou? Isso já aconteceu com você? Já experimentou o silêncio ou a negativa de Deus? É uma dor intensa, não é mesmo? O fato de Deus permanecer em silêncio não significa que Ele deixou de nos amar. Reconhecemos, porém, que é necessário ter uma fé inabalável para aceitar o "não" de Deus e, ainda assim, continuar confiando n'Ele.
O relato nos mostra que Jesus chegou quatro dias após o sepultamento de Lázaro. Ele encontrou Marta e Maria, conversou com elas, ouviu suas lamentações, acolheu sua dor e chorou junto ao túmulo de Lázaro.
A segunda grande lição dessa história é que Marta e Maria não se revoltaram contra Jesus. Mesmo na aflição e na tristeza, reafirmaram sua confiança. João 11:22 traz uma declaração poderosa de fé. Diante da afirmação de Marta, Jesus lhe dá uma promessa surpreendente: "Teu irmão há de ressuscitar" (João 11:23). Podemos compreender que Jesus sempre responde àqueles que crêem. A fé jamais passa despercebida pelo Senhor.
Precisamos aprender a discernir a voz de Deus em meio ao sofrimento, pois, nesses momentos, Sua palavra é a mais valiosa. Não importa qual desafio estejamos enfrentando; não podemos permitir que nosso coração seja governado pelo medo, pois a última palavra pertence ao Senhor. Tampouco devemos dar ouvidos aos incrédulos, pois eles não compreendem o que é espiritual. Precisamos silenciar toda mensagem maligna do inimigo e relembrar tudo o que Deus já nos prometeu e o poder que Ele possui para agir.
Naquele dia, Jesus ressuscitou Lázaro, quando todos julgavam que nada mais poderia ser feito. Porque o nosso Deus é capaz de transformar qualquer realidade. Nunca se esqueça disso! A terceira e última grande lição dessa história é que para Deus, o extraordinário é a rotina. Creia!
Um grande abraço!
Flavianne Vaz
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