A paz do Senhor! Gostaria de compartilhar o testemunho da minha vida. Me chamo Jeniffer Fonseca, tenho 35 anos, congrego atualmente na Igreja Batista da Paz em Coelho Neto (RJ). Eu já nasci sofrendo, passei da hora de nascer e sofri dentro da barriga da minha mãe. Graças a Deus nunca me faltou nada em casa, mas meus pais não foram muito presentes, pois sempre trabalharam muito. Inclusive minha mãe trabalha até hoje de madrugada até a noite, mas de alguma forma sempre esteve comigo. Meu pai nunca soube o que é dá carinho e isso me afetou muito.
Depois, eles se separaram e eu vivi uma fase de rebeldia. Aos 15 anos, fui estuprada, mas tive que aceitar que foi uma aventura porque ninguém acreditou em mim. Só eu sei o que vivi naquele momento. Com 18 anos sofri um acidente de carro, onde Deus se revelou a mim como o dono da minha vida. Estava voltando de uma festa, e antes de ir, discuti com minha mãe e afirmei que Deus não existia. Naquele acidente eu sofri mais do que os outros, fraturei a bacia em quatro partes, rachei o crânio e quebrei o maxilar em três, foi um milagre eu ter sobrevivido. Fiquei sem andar, sem falar, sem memória, mas Deus me deu mais uma oportunidade.
Depois de um tempo fui diagnosticada com câncer no colo do útero e mais uma vez Deus me mostrou que era Deus e me curou. Conheci meu primeiro marido e pensava que casaria e construiria família, mas vivi um relacionamento abusivo, onde fui traída. Por várias vezes fui chamada de louca, apanhava, era xingada, entre tantas outras coisas. No início, eu achava que tinha que lutar até morrer, por estar na igreja, mas tive a resposta que Deus não quer ver nenhum dos seus filhos sofrendo e me separei.
Vivi dois anos sozinha e resolvi ter uma vida louca, afinal eu passei oito anos nesse relacionamento sendo aprisionada. Mas sentia um vazio dentro de mim. Eu tinha um sonho em casar, ter uma família e todas as vezes que eu voltava da balada, as vezes bêbada, eu falava com Deus no meu coração.
Certo dia conheci meu marido, Adailton Freitas, que tem o jeito dele, não gosta de sair, não é muito de interagir, pouco calado, e na hora não tive expectativa de dar certo. Mas graças a Deus vamos fazer nove anos juntos. Conheci a história dele que também não foi fácil, me apaixonei pela pessoa dele. E, em uma das orações que eu fiz a Deus, pedi que eu conhecesse uma pessoa que me amasse do jeito que eu era e que se fosse de Deus, pudesse ter filhos.
Fiquei grávida quando estava com oito meses de bariátrica. Meu filho Anthony poderia vir com doenças, mas nasceu perfeito e pra Honra e Glória do Senhor formamos nossa família. Deus permitiu eu realizar meu sonho de ser mãe, pois pra mim, a obra mais perfeita de Deus é a gestação. Anthony foi meu companheiro, meu amigo, meu professor, ele era tão pequeno, mas com um diferencial, onde ele passava as pessoas se encantavam com o jeito dele de ser gentil, falante e carinhoso. Ele se preocupava com as pessoas até desconhecidas, como moradores de rua. Ele chorava porque tinha que dá comida, casa e não entendia quando dizíamos que não tínhamos como ajudar. Anthony significa valioso, ele era meu menino valioso e Deus permitiu está na minha vida me curando de dores que nem foi ele que causou, durante cinco anos.
Infelizmente uma fatalidade seguida de negligência, meu filho morreu. Ele ingeriu a bateria de um brinquedo dele. Tínhamos plano de saúde, porém, devido a demora ao socorro e aos protocolos do plano, a bateria foi retirada com mais de 24 horas e lesionou o esôfago onde causou uma úlcera. Essa história é bem grande, mas o que eu posso dizer que meu filho estava sem falar, gosmando e ao me ver chorar, me abraçou e disse: “Calma mãe, não chora, Deus é com a gente”. Uma criança de 5 anos me mostrando que Deus estava cuidando de tudo e só hoje eu tenho esse entendimento.
Meu filho morreu uma semana depois, com hemorragia interna. Quando tive a notícia que meu menino não aguentou, meu chão desabou, não tive forças. O enterro do meu filho estava lotado de pessoas que não conhecia ele, mas ouviram falar dele através de amigos, parentes que também estavam ali. A escola dele prestou homenagem e uma coisa que eu ouvi ali e guardei para mim, que meu filho era muito luz e coube Deus recolher para não se contaminar neste mundo. Meu coração ardia por saber que com 5 anos, meu filho plantou sementes de amor no coração das pessoas, porém durante três meses a dor, a saudade, a ausência do meu filho me matava.
Fiquei três meses sem vontade de fazer nada, até que um dia ao acordar, olhei para cama do meu filho e bateu um desespero. Ouvi uma voz falando para pegar a cama, ficar de pé e andar, aquela voz ecoava ao meu ouvido, pensava estar louca. Ouvi mais uma vez e, desde então, decidi viver o que Deus quer pra mim através dessa minha perda, me acheguei a Deus.
Hoje sou voluntária de um projeto social, sem fins lucrativos que ensinamos a Palavra de Deus para crianças das comunidades da Pedreira e Jorge Turco, “Projeto Videira, eu me importo!” Ali é meu lugar de cura, cheguei para ajudar, pois entendi que para o meu filho não poderia fazer mais nada, mas tinha crianças que precisavam de ajuda, direção e amor.
Cheguei para ajudar, mas sou eu quem sou ajudada por pessoas maravilhosas que te abraçam e tem a mesma visão. Somos uma grande família, a começar pelos coordenadores, tia Janete e tio Flavio. Ali também conheci a tia Alina que perdeu seu filho com apenas dois anos. Nos juntamos e compartilhamos nossas dores. Vimos que na igreja de hoje tem grupo para todos, menos para pais enlutados, vimos que as pessoas não gostam de falar dos nossos filhos, que gera desconforto nas pessoas, enquanto em nós, gera alívio e prazer.
Então, direcionadas por Deus e por Sua Palavra criamos um grupo de mães enlutadas, onde realizamos reuniões semanais com direcionamento na Palavra e, anualmente, fazemos a reunião presencial. O “Projeto Florescer” ajudou a ressignificar a nossa dor ajudando outras mães. Nesse período, Deus foi me mantendo de pé e me dando força para prosseguir, muitos falavam você é nova, Deus vai te abençoar com outro filho, mas nunca pensei em ter outros filhos, e nem queria naquele momento, muito menos como substituição do que se foi.
Com nove meses que meu filho partiu, estava lavando louça e ouvindo hino que dizia que as bênçãos se estendem de geração em geração, dos filhos para os filhos de seus filhos. Essa foi a primeira vez que questionei a Deus e a última. Falei ao Senhor, em prantos, que eu não tenho mais filho, o Senhor tirou de mim. E novamente aquela voz dizendo para me levantar, pegar a cama e andar, novamente soou ao meu ouvido. E eu ouvi: “Eu não tirei, peguei de volta o que era meu, mas não vou te deixar sozinha, enviarei outro filho em que você vai amar e cuidar como amou e cuidou do Anthony.” Pensei, agora estou doida (risos).
Um mês depois minha menstruação atrasou e eu estava grávida. Deus me deu meu bebê arco-íris, meu menino Liam, que significa força e coragem. Todas as vezes que a saudade do Anthony está grande eu olho para o Liam e ele está rindo. Já se passaram dois anos e eu vejo e contemplo a mão de Deus em cada detalhe. Vejo o amor de Deus materializado na vida do Liam.
Deus sempre se mostrou presente até no meio das minhas tribulações e eu creio que não será diferente na vida de quem está lendo. Eu não forte, só ouvi a voz que soava em meu ouvido e decidi acreditar, lembre-se que quem nos faz forte é Deus. Ele nos faz forte em tempo de crise, a nossa força vem do Senhor!
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Já aconteceu algum milagre de Deus na sua vida? Que tal divulgar nesta seção que se dedica exclusivamente a anunciá-los para a glorificação do nome de Jesus. Envie-nos o seu testemunho (se possível, com foto) por e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. E no assunto não se esqueça de colocar: Testemunho. Aproveite e envie também o seu telefone para entrarmos em contato. Estamos te esperando! “Para que todos vejam e saibam e considerem e juntamente entendam que a mão do Senhor fez isso” (Is 41. 20).
*A CPAD não se compromete na publicação de todos os testemunhos. O mesmo será avaliado pela equipe responsável pelo site Mulher Cristã Hoje. A veracidade das informações é de inteira responsabilidade de seu autor.