Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

Limites para dor

Séculos antes da descoberta dos neurônios e da organização do sistema nervoso, a dor física já era reconhecida como entidade que pode ter uma causa física, mas sempre um componente psicológico.

Hoje sabemos que a dor nem sempre é decorrente de uma doença, mas pode ser quase toda doença. Nem sempre é um mal-estar, porque em momentos de gozo supremo, pode haver simultaneamente um misto de dor, prazer ou superação. Isto porque a ansiedade ou a depressão alteram substancialmente o limiar da dor, o que explica porque um soldado consegue manter toda a concentração na batalha, mesmo com um membro esmagado, ou como um esportista pode não sentir dor mesmo com um músculo traumatizado por um grande esforço.

A dor nem sempre é igual, e implica em um certo nível de consciência. A Escala de Glasgow aponta que é necessário um determinado grau de consciência, de despertar, para reagir ao estímulo da dor. E a dor ainda pode não estar associada diretamente a uma fratura ou órgão existente no corpo: cerca de dez por cento dos paraplégicos podem sentir dor nos membros paralisados, igual à dor do membro fantasma que foi amputado.

Se colocarmos o teto de “10” para a dor máxima suportável, veremos que a dor máxima para uns pode ser apenas “9”, mas para outros pode ser “8”. Os mesmos quadros de doenças, em doentes diferentes, pode reproduzir dores diferentes, e ainda assim as dores de um doente vai variar de acordo com sua estrutura emocional e mental.

Se não conseguimos estabelecer limites para dores físicas, tudo se torna ainda mais complexo quando falamos de dores emocionais. A dor é íntima, só plausível para a pessoa que a sente, de modo que própria Bíblia afirma: Cada coração conhece a sua própria amargura… (Provérbios 14.10).

Algumas passagens bíblicas apontam para dores emocionais extremas: Estou encurvado e muitíssimo abatido; o dia todo saio vagueando e pranteando. Estou ardendo em febre; todo o meu corpo está doente. Sinto-me muito fraco e totalmente esmagado; meu coração geme de angústia. Meu coração palpita, as forças me faltam; até a luz dos meus olhos se foi. (Salmos‬ ‭38‬:‭6‬-‭8‬, ‭10‬); Meus olhos estão cansados de chorar, minha alma está atormentada, meu coração se derrama, porque o meu povo está destruído, porque crianças e bebês desmaiam pelas ruas da cidade… Fez que a minha pele e a minha carne envelhecessem e quebrou os meus ossos. Ele me sitiou e me cercou de amargura e de pesar. Fez-me habitar na escuridão como os que há muito morreram. Cercou-me de muros, e não posso escapar; atou-me a pesadas correntes. (Lamentações‬ ‭2.11; 3‬:‭4‬-‭7‬).

Todos nós já vivenciamos dores, aflições, angústias e tristezas extremas. Sabemos o que é acordar um dia e pensar que estamos vivenciando um grande pesadelo, ou terminar um dia achando que não conseguiríamos encarar o dia seguinte. Muitas vezes nos perguntamos o quanto ainda aguentamos afrontas, calúnias, traições ou doenças atrozes.

A verdade é que nossos limites podem até ser diferenciados, pois temos vivências, experiências e maturidade emocionais distintas. Portanto, precisamos considerar duas coisas.

A primeira é aprender a não apontar fraquezas alheias. Há pessoas mais fortes, que já vivenciaram muitas desgraças e aflições, enquanto outras ainda estão sendo forjadas nas dores da vida, sejam elas físicas ou emocionais.

E a segunda é sempre lembrar que Deus conhece exatamente as nossas limitações - enquanto nos prepara para desafios maiores. Ele não deixará que sejamos tentados além do nosso limites: Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Antes, quando forem tentados, ele mesmo providenciará um escape, para que a possam suportar. (1 Coríntios 10.13).

De forma semelhante, ele é aquele que fecha nossas feridas, que trata nossos traumas e que pode curar todas as nossas dores emocionais. Deus nos conforta na solidão, nos abraça nas noites frias, e concede uma paz que excede todo entendimento e compreensão humana.

Portanto, seja forte. Deus não permitiu que a dor ultrapassasse os seus limites. Você vencerá este dia, e muitos outros amanhãs! E quando menos perceber, sua dor ficará amena, suas lágrimas vão diminuir e sua alegria retornará!

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Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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