Judite Maria da Silva Alves

Professora e terapeuta familiar; casada com o Pr.Ailton José Alves (presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco); mãe de três filhos (casados), e avó de quatro netos. Apresenta diariamente, há mais de dez anos, o programa “A mulher e seus desafios” pela Rede Brasil de Comunicação. Lidera o trabalho de Círculo de Oração em todo o estado de Pernambuco e coordena as atividades sociais da IEADPE, que mantém oito Centros de Desenvolvimento Integral Vida em várias comunidades carentes na Região Metropolitana do Recife, onde são atendidas mais de 4 mil crianças.

O Amor real em contraste com os "bebês reborn"

Recentemente, uma advogada revelou nas redes sociais um caso inusitado: um casal em disputa judicial, após o divórcio, pela guarda de um “bebê reborn” - bonecos hiper-realistas que simulam bebês humanos. O caso gerou repercussão ao mostrar que existem grupos de “pais” e “mães” de bebês reborn, que os veem como substitutos simbólicos de filhos, por motivos como perda, infertilidade ou carências afetivas, os quais se encontram para compartilhar suas experiências.

Isso causou perplexidade e levantou questões profundas sobre a saúde emocional, o afeto e o sentido da maternidade na sociedade atual.

Em tempos de relacionamentos artificiais, cultivar laços genuínos se torna um desafio crescente. Os bebês reborn ilustram até onde o ser humano pode ir ao buscar alternativas para o amor verdadeiro e significativo. É preocupante observar mulheres tratando bonecos como se fossem bebês reais. No mínimo, chama a atenção ver como esta geração lida com comportamentos que antes eram mais comuns na infância, agora presentes em adultos.

O amor verdadeiro, em sua forma mais elevada, é desenvolvido em relacionamentos altruístas, que exigem maturidade e renúncia. Diferente dos bebês humanos, que demandam cuidados e aceitação de suas imperfeições, os bebês reborn não exigem sacrifícios e servem apenas para satisfazer os desejos de seus donos. Brincar não é o mesmo que criar ou educar. O verdadeiro amor cresce em meio a situações que envolvem sofrimento, fé e esperança, o que uma relação com um boneco não pode proporcionar. 

Brincar com bebês é natural em contextos com crianças ou idosos com demência, mas torna-se problemático se refletir uma cultura que evita a dor, a responsabilidade e o esforço dos relacionamentos reais. Adultos precisam de pessoas reais e dos desafios da vida, por isso é preciso cuidado com grupos virtuais que incentivam o imediatismo e o conforto emocional. Apegar-se a objetos sem vida, que não exigem sacrifício ou doação, pode criar uma geração de adultos imaturos, incapazes de enfrentar os dilemas da vida.

Paulo, em 1 Coríntios 13:11, relaciona o amadurecimento ao amor verdadeiro, que exige entrega e compromisso: “Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino.” Brincar de bonecos é natural na infância, pois ainda não temos estrutura para a vida adulta, mas manter esses vínculos na maturidade pode revelar resistência ao crescimento emocional e espiritual.

O amor verdadeiro, segundo a Palavra de Deus, se revela nos relacionamentos reais, cheios de desafios e renúncias. Jesus ensinou que o maior amor é dar a vida pelos amigos (João 15.13), o que não é possível com um boneco, que não exige amor sacrificial. Bebês reais, frágeis e dependentes, representam a vida e o plano divino, exigindo cuidado e dedicação. Deus nos criou para gerar vida por meio do relacionamento autêntico entre homem e mulher no casamento, essencial para nosso amadurecimento pessoal e espiritual.

O envolvimento com objetos, como bonecos ou inteligências artificiais, pode enfraquecer nossa empatia e nos afastar do verdadeiro sentido da vida: amar e servir. Só o amor vivido com pessoas reais, com suas alegrias e dores, entregas e renúncias, nos transforma e nos aproxima de Deus. Em Cristo, somos chamados a vínculos autênticos, onde o amor se doa e acolhe, tornando a existência mais plena e significativa.

Que possamos aceitar o desafio da maturidade real, que se alcança por meio de relacionamentos genuínos, em que o amor verdadeiro se manifesta na prática diária da doação ao outro — e não em substituições artificiais que nos afastam da realidade e do propósito divino.

Que Deus te abençoe em Cristo Jesus!

 Judite Alves

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

 

O Amor real em contraste com os &qu...

Escrito por Judite Alves
O Amor real em contraste com os "bebês reborn"

Recentemente, uma advogada revelou nas redes sociais um caso inusitado: um casal em disput...

Quem são as companhias dos nossos f...

Escrito por Judite Alves
Quem são as companhias dos nossos filhos - os desafios das IAs

Dia desses, choveu no meu feed das redes sociais imagens criadas pelo ChatGPT a partir de...

Que tipo de mãe é você?

Escrito por Judite Alves
Que tipo de mãe é você?

A maternidade é uma bênção de Deus. Ela foi dada à mulher antes mesmo do pecado, quando, a...

Não seja uma pessoa tóxica

Escrito por Judite Alves
Não seja uma pessoa tóxica

“Se você não aceitar meu pedido, eu fracassarei nesta tarefa” - diz o manipulador. São pes...

Pratique atos de bondade

Escrito por Judite Alves
Pratique atos de bondade

É tão bom começarmos uma nova etapa da vida com novas proposições, novas metas, novos obje...

A regra de ouro

Escrito por Judite Alves
A regra de ouro

"Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque es...

Deus supre nossas necessidades

Escrito por Judite Alves
Deus supre nossas necessidades

Todos nós como seres humanos temos necessidades a serem supridas. Abraham H. Maslow, psicó...

 

 

SOBRE


Com o objetivo de ajudar as mulheres cristãs da atualidade, a CPAD prepara um presente especial para elas: o site de conteúdos Mulher Cristã. O novo espaço feminino vem repleto de conteúdos inéditos, sempre com temas voltados para as mulheres cristãs de nossos dias.

©2025 CPAD: Av Brasil 34.401 - Bangu - Rio de Janeiro - CEP: 21852-002 - Brasil - CNPJ 33.608.332/0001-02. Designed by CPAD.