Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

Não se contamine com a violência 

A violência está invadindo diferentes espaços. Nós a encontramos nas ruas, nas notícias, nas redes sociais e até nas conversas mais simples do dia a dia. As manchetes diárias falam de crimes, injustiças e crueldades que ferem o coração, ao mesmo tempo em que nos apresentam relatos de pessoas más, que matam e ferem por prazer, totalmente imbuídas por uma maldade desumana. 

Jesus viveu aqui na Terra nos dias do império romano, que foi construído sob guerras constantes, por meio de campanhas militares que dizimavam povos inteiros. A pena de morte era aplicada com brutalidade, e crucificações, decapitações, enforcamentos, e condenações às feras nos anfiteatros eram comuns. Enquanto a elite romana era privilegiada, os escravos podiam ser torturados ou mortos sem que seus donos fossem punidos. 

Em meio a tanta violência, opressão e injustiça, Jesus pregava: “Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra. E, se alguém quiser processá-lo e tirar de você a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas. Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.” (Mateus 5:39-41,44). 

Mesmos cercados por violência, os cristãos foram ensinados a não revidar com violência. Muito sangue inocente dos mártires foi derramado em arenas e prisões romanas, e ainda hoje a igreja é perseguida e martirizada em todo o mundo. E, em paralelo, mesmo em países que o Evangelho não é perseguido de forma escancarada, estamos sujeitos a governos corruptos, ao domínio de facções criminosas, e a atos extremos de organizações terroristas que espalham insegurança e medo. 

Sim. O medo tornou-se um visitante habitual no coração humano. Muitas pessoas vivem sob o peso da ansiedade, têm receio de sair de casa, e que não podem ler notícias sem que tenham crises de pânico. Outros lidam com filhos que fazem escolhas errôneas pelas drogas ou pelo crime, ou vivenciam violência doméstica dentro de casas que deveriam ser lares afetuosos. 

Infelizmente, nem sempre podemos controlar o que acontece fora do nosso ser, mas somos responsáveis por não deixar que ressentimento, frieza, indiferença, ódio, agressividade e pavor preencham nosso mundo interior.

A Bíblia afirma: “No amor não há medo; antes o perfeito amor lança fora o medo” (1 João 4:18). O amor de Deus é a razão da nossa sobriedade em tempos difíceis. Não podemos negar a realidade que vivemos, mas precisamos reconhecer diariamente que somos guardados e sustentados por um Deus soberano. Até podemos sentir temor ao vivenciar situações perigosas, mas o medo não pode se tornar o senhor da nossa alma.

No início do belo Sermão da Montanha, Jesus afirmou: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9). Em meia à sociedade violenta em que vivemos, precisamos ser instrumento de paz.

Devemos educar nossos filhos com disciplina e amor, mas impondo limites e descrevendo abertamente atos violentos e agressivos que não podemos desenvolver. 

Precisamos acompanhar e tratar com firmeza situações de agressão e bullying que acontecem em colégios ou na parentela. 

Necessitamos filtrar em nossos lares os filmes, jogos, séries e desenhos, mesmo em celulares, que incitam ou tratam o crime, a morte, traições e brigas como algo banal.   Precisamos vigiar as amizades, os hábitos, os vícios, as conversas, e relacionamentos de trabalho de cônjuges e filhos que amamos e, portanto, devemos proteger. 

Ore pelo seu bairro, pela sua rua, pela sua cidade e pelos que governam. Mas além de orar, fiscalize e trate atos violentos, a começar na sua casa e igreja, pois se tratarmos a violência em casa, podemos evitar chorar por filhos e netos, que mais tarde possam se envolver com homens criminosos, sempre dispostos a introduzir inocentes no mundo do crime.

Não se deixe contaminar pela violência. Não normatize o ódio e o desprezo pela vida humana. Se esforce em criar filhos pacíficos, e a manter amizades com pessoas de boa índole, que contenham conceitos e valores bíblicos.  Este mundo é mau.

Mas nós não somos daqui - podemos viver acima da realidade hostil que nos cerca. Devemos ter ciência dos tristes fatos, conversando sobre eles em nossos lares, reforçando o prisma bíblico para tomadas de atitudes sábias e de evitação da violência. Para tanto, não nos cansemos de orar, ensinar, cultuar, ler a Bíblia em família, vigiar com o que é visto em televisores e celulares, e manter o coração puro. 

Só o Espírito Santo pode nos fortalecer, diante de tanta maldade e dor, guardando nossa mente e coração na perfeita paz que advém de Cristo.

Lembre-se que o Senhor é nosso pastor. Portanto podemos dizer que  “ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque Tu estás comigo” (Salmo 23:4). 

O Vale da morte é real. A maldade cresce diariamente, mas o Bem é eterno. Façamos a nossa parte, e confiemos que não caminhamos sozinhos: Deus está conosco, não permitirá que o justo seja abalado, não deixará que a tentação seja maior do que possamos suportar, nos dará livramento e descanso, e nos levará a águas tranquilas.

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Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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