Nada é mais complexo do que a relatividade de princípios e verdades que temos assistido na nossa sociedade. O que antes era erro, hoje é só mais uma forma pessoal de se relacionar com a realidade. O que era claramente reconhecido como pecado, hoje é chamado de “liberdade”; o que antes era virtude, agora é visto como atraso. A Bíblia já havia advertido sobre isso: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!” (Isaías 5:20).
Todos hoje sentem no direito se questionar tudo e todos. Filhos questionam a boa educação recebida pelos pais, adolescentes rechaçam limites que têm o propósito de protegê-los, e adultos questionam regras básicas da boa educação sócio emocional.
As pessoas hoje estão trocando princípios elementares por ideologias passageiras. O bom senso tem sido esquecido. As pessoas acusam o policial e inocentam o bandido, e defendem que pode ser admissível roubar sem culpa de quem tem mais dinheiro. Outros escolhem ignorar o extermínio de milhares de evangélicos em países africanos, mas discutem avidamente qual será o time vencedor de um campeonato futebolístico.
Os valores estão invertidos. A roupa vale mais do que a vida. O prazer passageiro oriundo da droga vale mais do que a saúde. Os amigos de copo ou de farra são mais valorizados do que os pais. A fofoca caluniosa corre mais rápida do que a verdade.
Infelizmente, esta inversão de valores não é apenas um fenômeno cultural — é espiritual. Quando o homem se afasta de Deus, ele perde o padrão do que é certo e errado, conforme Paulo descreveu: “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos, se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” (Romanos 1.21,22).
Nossa sociedade caminha de forma insensata, chamando o bem de mal, o mal de bem, o amargo de doce. A família é desprezada; a pureza é ridicularizada; a honestidade é motivo de piada; e a fé em Cristo é tratada como fanatismo fundamentalista. Em paralelo, a imoralidade e o egoísmo são exaltados como sinais de autenticidade e coragem de fazer valer a vida, mesmo que às custas da saúde emocional de outros.
Precisamos ressignificar o que é realmente doce ou amargo. Distinguir o bom do ruim, separar os frutos saudáveis dos estragados. Não importa o discurso: o crime não compensa; a droga mesmo liberada será nociva; a infantilização da sexualidade vai gerar insatisfação e vazio emocional; a vulgaridade será sempre um sinal de insegurança e baixa autoestima.
Todos os comportamentos que transgridem as leis divinas vão gerar amargor. O resultado da desobediência à Palavra de Deus vai amargar a existência do pecador. E filhos que trocam o bem pelo mal, ou até chamam o amargo de tu e trarão desgosto a seus pais.
Não há nada de bom na fornicação, no dinheiro ilícito, na imoralidade sexual, na violência, no bullying, na pornografia, na mentira, na traição, no adultério, na calúnia e difamação, na fofoca, no acusar e apontar de dedos. E é preciso que, como pais, cônjuges, e irmãos em Cristo, a gente classifique muito claramente, e com firmeza, o que é realmente amargo ou doce, bem ou mal, bom ou ruim, certo ou errado, divino ou maligno.
Não sejamos omissos. “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento.” (Romanos 12.2). A esperança está em sabermos que enquanto não acontecer o Arrebatamento da Igreja, o Espírito Santo continuará convencendo o mundo do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8).
Quando o mundo inverte e subverte a Verdade, precisamos sair da omissão, pois não há neutralidade entre a luz e as trevas. Não há como conciliar bem e mal, racionalidade e incoerência, salvação e abominação, doce e amargo.
Ao diferenciar o amargo do doce, podemos até sermos tachados de extremistas, mas no mundo espiritual não há dois caminhos ou verdades relativas - vamos escolher o caminho largo, aceitando que tudo pode ser o que o outro quiser que seja, ou o caminho estreito, que aponta os absolutos divinos?

Elaine Cruz
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