Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

Cavando a própria cova

No conflito entre Israel e o grupo Hamas, após 738 dias em cativeiro, 20 reféns israelenses que permaneciam vivos, foram libertados pelo Hamas em troca de quase 2 mil presos palestinos. 

Os reféns israelenses estavam entre as 251 pessoas sequestradas em 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista invadiu Israel e matou cerca de 1.200 pessoas. 

Dentre os conseguiram voltar com vida, está Evyatar David, de 24 anos. Ele ficou conhecido por protagonizar um dos vídeos mais aterrorizantes, divulgados pelos terroristas durante o conflito. Neste vídeo, ele aparecia muito magro, pálido e apresentava dificuldades para se levantar, no que parecia ser um estreito túnel subterrâneo. E em um dos momentos mais perturbadores, David aparecia cavando a areia com uma pá, enquanto dizia: “O que estou cavando é a minha própria cova"! 

Esta filmagem provocou uma onda de medo e horror entre as famílias israelitas das dezenas de reféns, e muitas, infelizmente, não conseguiram receber nem mesmo os cadáveres de seus filhos, netos ou pais. 

É assustador imaginar a dor de quem precisa cavar sua própria cova - um ato cruel, infelizmente contumaz em várias guerras, e que evidencia a grandiosidade da maldade humana. Afinal, quem cava sua própria cova vai tornando palpável a morte da alma, com sonhos e projetos sendo enterrados enquanto ainda há vida física existente. 

Cavar a própria cova na vida real é um fato realmente doloroso. Porém, é complexo atestar que há quem escolha cavar sua cova na vida cotidiana, emocional e espiritualmente. 

Sim. De forma análoga, há muita gente que, infelizmente, também cava sua própria cova, até mesmo quando nada faz, como nos explica o texto de Provérbios: “Até quando você vai ficar deitado, preguiçoso? Quando se levantará de seu sono?Tirando uma soneca, cochilando um pouco, cruzando um pouco os braços para descansar, a sua pobreza o surpreenderá como um assaltante, e a sua necessidade sobrevirá como um homem armado sobre você.” (Provérbios‬ ‭6‬:‭9‬-‭11‬). 

Contudo, há questões muito mais complexas quanto a cavar a própria cova. É o caso, por exemplo, de quem mergulha no uso de drogas, ciente de que haverá um preço a ser pago, que pode ser a desonra no seio da família, a perda do casamento ou do emprego, e até mesmo a falência financeira e moral. 

Há ainda os jovens, que cavam suas próprias covas, quando se envolvem em grupos terroristas ou em facções de bandidos. Muitos meninos pegam em armas ainda adolescentes, e muitas meninas se envolvem sexualmente com chefes de quadrilha, perdendo a liberdade de poder morar com os pais, ou de se afastarem dos chefes de tráfico que as dominam, sob o risco de serem mortas, como infelizmente acontece. 

Há ainda os que cavam sua covas quando escolhem se apaixonar por pessoas erradas, como a própria Bíblia adverte: “Vi entre os inexperientes, no meio dos jovens, um rapaz sem juízo. Ele vinha pela rua, próximo à esquina de certa mulher, andando em direção à casa dela. Era crepúsculo, o entardecer do dia, chegavam as sombras da noite, crescia a escuridão. A mulher veio então ao seu encontro, vestida como prostituta, cheia de astúcia no coração. (Ela é espalhafatosa e provocadora, seus pés nunca param em casa; uma hora na rua, outra nas praças, em cada esquina fica à espreita.) Ela agarrou o rapaz, beijou-o e lhe disse descaradamente: “Tenho em casa a carne dos sacrifícios de comunhão, que hoje fiz para cumprir os meus votos. Por isso saí para encontrá-lo; vim à sua procura e encontrei! Estendi sobre o meu leito cobertas de linho fino do Egito. Perfumei a minha cama com mirra, aloés e canela. Venha, vamos embriagar-nos de carícias até o amanhecer; gozemos as delícias do amor! Pois o meu marido não está em casa; partiu para uma longa viagem. Levou uma bolsa cheia de prata e não voltará antes da lua cheia”. Com a sedução das palavras o persuadiu e o atraiu com o dulçor dos lábios. Imediatamente ele a seguiu como o boi levado ao matadouro, ou como o cervo que vai cair no laço até que uma flecha lhe atravesse o fígado, ou como o pássaro que salta para dentro do alçapão, sem saber que isso lhe custará a vida.” (Provérbios‬ ‭7‬:‭7‬-‭23‬). 

O texto é claro: há relacionamentos que custam a vida. Entrar neles é como cavar uma cova para si mesmo! Portanto, jejue pelo seu casamento e pela vida emocional dos seus filhos. É angustiante ver filhos caminhando para o matadouro! 
De forma semelhante, cavar a própria cova também é algo que acontece com quem escolhe o alcoolismo:  “De quem são os ais? De quem as tristezas? E as brigas, de quem são? E os ferimentos desnecessários? De quem são os olhos vermelhos? Dos que se demoram bebendo vinho, dos que andam à procura de bebida misturada. Não se deixe atrair pelo vinho quando está vermelho, quando cintila no copo e escorre suavemente! No fim, ele morde como serpente e envenena como víbora. Seus olhos verão coisas estranhas, e sua mente imaginará coisas distorcidas. Você será como quem dorme no meio do mar, como quem se deita no alto das cordas do mastro. E dirá: “Espancaram-me, mas eu nada senti! Bateram em mim, mas nem percebi! Quando acordarei para que possa beber mais uma vez?” (Provérbios‬ ‭23‬:‭29‬-‭35‬). 

Não dá para flertar com bebida alcoólica. Beber socialmente é o primeiro passo para alguém começar a cavar a própria cova. Portanto, se abster de coisas viciantes é a melhor escolha para mantermos nossos relacionamentos saudáveis, nossas escolhas santas, e nossas atitudes adequadas e lícitas. 

A vida já é bastante complexa, e muitos são os que já desejam nos engolir vivos - e não precisamos ajudá-los! Afinal, lidar com pessoas é difícil, e tratar sentimentos é algo desafiador. Portanto, precisamos ser mais sábios, analisando as consequências dos nossos atos e escolhas. 

Não cave suas próprias covas!

elaine

Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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