Judite Maria da Silva Alves

Professora e terapeuta familiar; casada com o Pr.Ailton José Alves (presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco); mãe de três filhos (casados), e avó de quatro netos. Apresenta diariamente, há mais de dez anos, o programa “A mulher e seus desafios” pela Rede Brasil de Comunicação. Lidera o trabalho de Círculo de Oração em todo o estado de Pernambuco e coordena as atividades sociais da IEADPE, que mantém oito Centros de Desenvolvimento Integral Vida em várias comunidades carentes na Região Metropolitana do Recife, onde são atendidas mais de 4 mil crianças.

Uma maneira diferente de pescar

Durante um aconselhamento, um jovem relatou que era uma pessoa muito difícil de entender as outras pessoas, acima de tudo seus pais. Era negativista, não via nada bom nos outros nem em si mesmo. Ele se mostrava como vítima de suas experiências de vida a partir do lar.

Em idas e vindas ao aconselhamento aquele jovem, cada dia, demonstrava que todos tinham que se dobrar ao que ele propunha e, ao mesmo tempo, se sentia fraco por não saber conduzir suas emoções e, muito menos, dominá-las. 

Ao ser atendido por um psiquiatra, o referido jovem relatou o que lhe afligia. O médico, por sua vez, ao conversar por mais de uma hora com seu paciente disse: Você sente falta de muitas coisas como todo ser humano sente, mas você se acostumou, por certo, que as pessoas supram suas necessidades. E você? Supre as necessidades dos seus pares, como seus pais, irmãos, amigos? O que você tem dado? É dando que se recebe. 

Ao falar essas palavras o médico lhe disse: Reflita! Você é um pescador. Na próxima consulta refletiremos sobre isso. Deu a mão ao jovem o despedindo. 

O jovem voltou para sua casa, mui pensativo e naquela semana ele tinha um aconselhamento comigo. Chegou pensativo, dizendo: O que a senhora acha; o médico disse que sou pescador. Eu lhe respondi: Você se acha pescador? Ao que ele respondeu: Nunca pesquei… Mas se ele lhe viu pescador foi por algo. O rapaz me respondeu: Você pode me ajudar a descobrir como posso ser pescador? Eu lhe respondi: Vamos começar com a Bíblia, Jesus chamou Pedro. Pedro era um pescador, pescava peixe e Jesus lhe disse: Você será um pescador diferente. Você, em vez de peixe, irá pescar homens. O jovem olhou para mim e disse: já descobri, pescar é ir buscar o peixe onde ele estar, então eu devo ir atrás daquilo que eu quero. 

Achei fantástico como ele descobriu o sentido de pescar diferente. Então, me interessei a ler sobre o assunto. Vale ressaltar que, uma das coisas que aprendi é que, nesse processo, há erros e acertos, e devemos observar onde você está errando e tentar achar sua resposta. É fato que a pesca nos traz experiências e é um aprendizado constante. Aquele jovem, com a metáfora da pesca diferente, aprendeu as seguintes lições:

1- Não devemos exigir do outro o que não podemos dar.

2- Temos que ter paciência para esperar o que estamos precisando (o pescador tem que ter paciência para esperar o peixe fisgar a isca). A palavra dita a seu tempo quão boa é. (Pv 15. 23)

3- Devemos guardar silêncio para não espantar o peixe (há peixes que não gosta de barulho). Até o insensato passará por sábio, se ficar quieto, e, se contiver a língua, parecerá que tem discernimento (Pv 17.28). Foi tão proveitosa essa experiência com o jovem. Como aprendemos!

4- O pescador observa o tempo, se há tempestade ou não. Mesmo assim pode ser surpreendido no trajeto, contudo não desiste da pesca.

Daí me inspirei para falar para você, minha amiga, que vive sofrendo por carências que nem você, nem ninguém está podendo suprir. O apóstolo Paulo, de maneira magistral pode dizer: O meu Deus segundo as suas riquezas suprirá todas as vossas necessidades em glória por Cristo Jesus nosso Senhor (Fl 4.19) 

Como podemos ser pescadoras diferentes? De que maneira poderemos pescar, ou seja, ir em busca do que estamos carentes? Alguém já disse: é dando que se recebe. Se quero amor, tenho que dar amor; Deus é o nosso exemplo. Ele deu seu Filho por nos amar, Jesus é um exemplo; ninguém tem maior amor que este de dar a vida pelos seus amigos (Jo 15.13). Paulo diz: eu me deixarei gastar ainda que dando amor seja menos amado (2 Co 12. 15). 

Você exige paciência do outro, mas você é paciente? O próprio Jesus falou: pela paciência possuí as vossas almas (Lc 21.19). A alma é a sede das nossas emoções, sentimentos e volição; nossos pensamentos, e comportamentos emanam da mesma, por isso temos que desenvolver o fruto da longanimidade, que é a paciência ou perseverança; assim, antes de exigirmos algo do outro, devemos fazer a seguinte pergunta: eu no lugar do outro aceitaria essa exigência, ou eu seria capaz de suprir a sua necessidade?

Será que estamos dispostas a pescar de maneira diferente? A maior dádiva é dar que receber. Se dar conta que a temática dos nossos dias é o “eu’” exacerbado? As pessoas querem receber muito e se dar pouco. Quer ser amada? Ame. Quer viver em paz com as pessoas? Viva a paz com Deus e a paz de Deus e transporte essa paz para onde você for, e sua presença trará tranquilidade no ambiente aonde você chegar. 

Acho lindo esse texto do profeta Jeremias: procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar; e orai por ela ao senhor, porque, na sua paz, vós tereis paz (Jr 29.7). Assim devemos proceder na igreja, na escola, universidade e em qualquer outro âmbito da sociedade. Muitas vezes queremos ser bem tratados, mas maltratamos. Não queremos ser alvo de línguas perversas, mas usamos nossa língua para amaldiçoar aos homens e com a mesma língua louvamos a Deus. 

Então, vamos pescar diferente? Vamos atrás do que queremos e com a ajuda do Consolador, faremos a diferença. 

Cresçamos em tudo, naquele que é a cabeça da igreja.

Meu abraço!

 Judite Alves

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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