"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará." (Gálatas 6:7). A vida cristã é marcada por escolhas e consequências. O princípio da semeadura e da colheita não é apenas uma lei natural, mas também espiritual: ninguém pode plantar um abacateiro e esperar colher morangos. Assim é também na vida emocional, moral e espiritual. Aquilo que semeamos em nossos pensamentos, palavras e ações, inevitavelmente colheremos.
Na Bíblia, vemos mulheres que experimentaram colheitas boas e más conforme suas escolhas. Eva, movida pela impulsividade e pela voz da serpente, desconsiderou a ordem divina (Gênesis 3). Sua semeadura trouxe consequências não apenas para ela, mas para toda a humanidade. Já Sara, esposa de Abraão, ao agir com ansiedade e emoção, entregou Agar a seu marido (Gênesis 16). O resultado foi uma colheita de conflitos familiares que ecoaram por gerações.
Por outro lado, encontramos exemplos de fé e sabedoria. Rute, ao decidir permanecer ao lado de Noemi e confiar no Deus de Israel (Rute 1:16), semeou lealdade e fé. Sua colheita foi abundante: tornou-se parte da linhagem de Davi e de Jesus Cristo. Ester, mesmo em meio ao medo, semeou coragem e confiança em Deus ao interceder por seu povo (Ester 4:16). Sua colheita foi a preservação da nação de Israel.
Essas histórias nos lembram que cada atitude, seja movida pela emoção, pela razão ou pela fé, gera consequências. As escolhas apressadas e sem oração podem produzir dor, enquanto as que são guiadas pela sabedoria divina resultam em bênçãos.
A Psicologia Cognitiva nos ajuda a entender que nossos pensamentos influenciam diretamente nossas emoções e comportamentos. Se semeamos pensamentos de derrota e (ou) distorcidos, colhemos ansiedade, tristeza e insegurança.
Por outro lado, quando aprendemos a identificar padrões de pensamento nocivos e substituí-los por verdades bíblicas, colhemos paz, equilíbrio e esperança. Assim como o agricultor cuida do solo, precisamos cuidar da mente, regando-a com a Palavra de Deus e filtrando o que deixamos crescer em nosso interior.
Precisamos vigiar! A semeadura é diária. Plantamos quando educamos nossos filhos, quando nos relacionamos com nosso cônjuge, quando lidamos com colegas de trabalho e até quando falamos de nós mesmas. A vigilância é necessária para que não sejamos levadas por impulsos ou pressões externas, mas possamos alinhar nosso plantio à Palavra de Deus. O Apóstolo Paulo nos exorta a não nos cansarmos de fazer o bem, pois “a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido” (Gálatas 6:9). A colheita pode não ser imediata, mas virá no tempo certo de Deus.
Querida irmã, lembre-se: cada pensamento cultivado, cada palavra lançada e cada atitude tomada é uma semente. Sejam elas boas ou más, frutificarão. Que possamos escolher semear fé, amor, paciência, bondade e obediência à Palavra. Assim, colheremos não apenas paz em nossa jornada, mas frutos que permanecerão para a eternidade.
Até a próxima, grande abraço
Sonia Pires
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