Elaine Cruz

Elaine Cruz é psicóloga clínica e escolar, com especialização em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade. É mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora universitária e possui vários trabalhos publicados e apresentados em congressos no Brasil e no exterior. Atua como terapeuta há mais de trinta anos e é conferencista internacional. É mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA) e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil. Como escritora recebeu o 'Prêmio ABEC de Melhor Autora Nacional' e é autora dos livros “Sócios, Amigos e Amados”, “Amor e Disciplina para criar filhos felizes” e o mais recente, "Equilíbrio Emocional", todos títulos da CPAD.

Hierarquia na Família

Me preocupa muito a forma como nossa sociedade vem, de forma clara e massacrante, desconstruindo os valores hierárquicos familiares.

Há alguns anos que temos assistido, alguns placidamente, séries, novelas e desenhos infantis anulando a autoridade parental, com filhos que batem portas da casa, respondem aos pais e burlam as ordens familiares.

Hoje há muitas crianças pequenas que estão controlando suas casas, mandando em adultos, que se submetem a inúmeras chantagens emocionais muito bem elaboradas.

A Mídia atual retrata os adolescentes como se estes fossem autônomos, donos do seu próprio corpo, e com regras morais e sociais que não precisam estar sujeitas aos seus pais. Eles não trabalham, não ajudam em casa, não cumprem com seus deveres escolares, mas reivindicam direitos para os quais não fazem jus, como fumar ou trazer namorados(as) para dormir nos lares dos pais.

A família é formada a partir de dois indivíduos que, espera-se, sejam maduros para elaborarem regras de convivência que facilitem a vida conjugada pelo casal. O padrão esperado é que o casamento una adultos responsáveis, independentes financeira e emocionalmente de seus pais, e que se completem em nível de competências.

Quando os filhos chegam, o casal já deve ter estabelecido o padrão da casa, as regras do lar, que deverão ser adaptadas ao novo membro familiar – que por sua vez precisará internalizar e respeitar as normas da casa em que nasceu.

Uma criança modifica a casa, mas não é dona da casa dos pais. Filhos precisam ser conduzidos e orientados, e não têm maturidade para decidirem como os pais vão gastar o dinheiro, ou como o tempo de uso da televisão ou do celular vai ser ajustado para seu prazer pessoal.

É simples: pais ensinam, dirigem, forma e informam. Pais mandam, ditam as regras, os horários da casa, a rotina do lar. E os filhos vão se adaptando, e as vezes até mesmo negociando os limites que lhe são dados, mas não podem assumir as rédeas dos pais e da casa, como se todos existissem para servi-los.

Eu nasci em uma casa onde fui ensinada que o melhor pedaço da carne seria oferecido ao meu pai. Ninguém avançava na comida, e sempre esperávamos pela oração para agradecer ao alimento. A hierarquia para tomadas de decisão, e para as compras mais básicas era simples e clara: Primeiro meu pai acenava com sua decisão, depois minha mãe expressava o que desejava, e depois os filhos podiam optar – mas a decisão final sempre era do casal, gostássemos ou não.

É claro que, como pais, deixamos de fazer ou comprar coisas para nós mesmos, em detrimento de abençoar e favorecer nossos filhos. Mas isso precisa ter um limite: não negociamos nossos deveres básicos, como pagar a conta de aluguel ou de luz para comprar um celular de último tipo para os filhos. Não deixamos de pagar colégios para investir em brinquedos caros. Não abrimos mão da nossa posição de decidir o que é melhor para a dieta ou a saúde de nossos filhos pequenos. Não negociamos o dever deles nos acompanharem na igreja e de serem receptivos ao culto doméstico.

Filhos que não se submetem a decisões parentais, começam desde cedo a burlar a lei.

Filhos que não respeitam a hierarquia familiar desenvolvem habilidades para executar divisões e contendas, aprendendo cedo a jogar com seus pais, sempre mirando no proveito próprio.

Filhos que não obedecem aos preceitos corretos ditados pelos pais, não vão obedecer a Deus e à sua Palavra.

Voltemos, portanto, a organizar a hierarquia familiar – é a única forma para criarmos uma convivência justa e pacífica, com filhos que lidam de forma saudável com limites e regras, exercitando respeito e submissão enquanto expressam suas expectativas e habilidades de forma coerente e harmoniosa.

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Elaine Cruz 

*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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