Assistir televisão causa dependência. E esta dependência não é só causada pelo impacto dos estímulos eletrônicos no cérebro, mas também por fazer com que as pessoas se viciem na ausência de ideias, se acostumando a um meio de comunicação que não tem mais a prioridade de informar a sociedade, mas de servir como a principal ocupação para o tempo livre.
O vício em televisão é bastante popular, e atinge prioritariamente os dois extremos: crianças e idosos. Pesquisas mostram que uma pessoa gasta, em média, entre três e quatro horas por dia na frente da televisão – e cerca de treze anos de uma pessoa são despendidos assistindo programas televisivos!
Na faixa de zero a seis anos, mais de oitenta por cento das crianças assistem TV ou jogam jogos de computador, e geralmente acionam os aparelhos sozinhas. Mais de setenta por cento das crianças vivem em casas onde a televisão fica ligada na maior parte do tempo, e em mais de quarenta por cento dos lares brasileiros a TV fica ligada o dia inteiro. Sem falar do fato de que muitas crianças têm aparelhos de televisão em seus próprios quartos - reproduzindo comportamentos e atitudes assimiladas dos programas assistidos.
A televisão é ainda o mais excelente meio de propaganda, especialmente para os telespectadores mirins, que anseiam pelos brinquedos e guloseimas apresentados – gerando uma correlação direta entre televisão, obesidade e consumismo. E ainda é o meio mais procurado por pessoas que desejam relaxar no final do dia, ou passar o tempo livre, de modo que muitos ligam a televisão simplesmente pelo som que ela provoca, enchendo a casa de um barulho contumaz, mas que não deixa o cérebro descansar.
Muitas são as famílias que substituem a conversa à mesa de jantar por programas televisivos, e muitos jovens se trancam em seus quartos para assistirem seriados em plataformas de streaming, muitas delas desconhecidas por seus pais, que apresentam temáticas antibíblicas e antissociais.
O vício em televisão pode, em casos extremos, fazer com que uma pessoa substitua a vida real pela ilusão aparentada pela tela. E, somada ao crescimento das mídias sociais, com o uso frequente do celular e dos diversos aplicativos, cada vez mais pessoas estão acionando mundos virtuais, afastando-se cada vez mais das atribuições e responsabilidades da vida madura, racional e concreta.
É obvio que há programas e canais evangélicos e educativos interessantes, bem como documentários primorosos. Mas todos sabemos que a audiência deste tipo de programa não são as mais altas. O mundo jaz no maligno (1 João 5.19), e a tendência humana é sempre para o mal, de modo que programas com temáticas sobre violência e sexo são muito mais procurados pela população televisiva!
Como pais, precisamos acordar para o fato de que nossos filhos estão sendo formados – e isto precisa ser feito por nós. Não podemos entregar a mente e a construção cognitiva e conceitual dos nossos filhos a produtores de conteúdo que visam denegrir a fé, a moral e os bons costumes que a Bíblia estabelece como regras práticas de vida.
E enquanto adultos, servos de Deus, precisamos estabelecer limites, organizando nossas agendas de forma sábia, remindo o tempo; porquanto os dias são maus. (Efésios 5.16). Afinal, Pedro já nos alerta: estejam com a mente preparada, prontos para agir; estejam alertas e ponham toda a esperança na graça que será dada a vocês quando Jesus Cristo for revelado. Como filhos obedientes, não se deixem amoldar pelos maus desejos de outrora, quando viviam na ignorância. Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: "Sejam santos, porque eu sou santo". (1 Pedro 1.13-16).
Elaine Cruz
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