Quando nos aproximamos do final de um ano, sabemos que estamos mais velhos. Afinal, não há como resolvermos não cumprirmos mais um ano de vida e simplesmente pularmos um ano na nossa contagem da idade.
Com a passagem do tempo, a ciência e o espelho já comprovaram que vamos ganhando rugas: linhas bem finas que aparecem na face, como resultado da perda de elasticidade e volume da pele.
A verdade é que o processo de envelhecimento ocorre com a diminuição do colágeno, que é a proteína que fornece elasticidade aos tecidos, e está presente nos tecidos conjuntivos e ossos, cartilagens, tendões e músculos. O colágeno representa 70% de toda a proteína da pele, sendo uma substância fibrosa que as células produzem naturalmente.
Os estudos dermatológicos apontam que a partir dos vinte e cinco anos, o corpo diminui a produção e inicia a perda de colágeno, que se acentua drasticamente após os cinquenta anos. E isto acontece por diversos fatores, como: fazer dietas restritivas e ingerir poucas fontes de proteína como carnes brancas e vermelhas; ter um consumo exagerado de açúcar; exagerar na exposição ao sol sem proteção; vivenciar constantes situações de estresse; desenvolver vícios como o tabagismo; não manter os níveis saudáveis de vitamina C no organismo; ter poucas horas de sono; ou não cuidar da limpeza da pele (como dormir de maquiagem ou não fazer limpeza regular dos poros).
O ato repetitivo dos músculos também contribui para o aparecimento das rugas. Há pessoas que franzem bastante os músculos da face ao falarem, produzindo expressões fortes e marcantes. Muitas destas expressões são copiadas de nossos pais, como um traço genético ou simplesmente imitativo – e gostemos nós ou não, seguimos repetindo-os ao longo da vida.
As rugas são indolores, mas os primeiros sinais de que elas estão brotando na nossa face são o aparecimento de linhas finas de expressão, manchas escuras, flacidez, e alteração na textura e no volume facial. Hoje, já há cremes que são indicados ainda no final da adolescência, que prometem manter o colágeno ou ajudar a produzir esta proteína ao longo dos anos. Contudo, ainda assim, as rugas vão brotar!
A verdade é que muitos procedimentos estéticos podem ajudar, mas não dá para não olhar para as rugas e não entendê-las como as marcas da passagem do tempo por nós. Muitas vezes nos sentimos jovens na mente, mantemos planos e projetos em ação, e literalmente não percebemos os anos passarem por nós… até que nos coloquemos em frente ao espelho e contemos (enquanto ainda dá) as marcas das experiências e anos vivenciados.
O tempo é indelével. Não podemos suprimir, destruir, apagar ou eliminar nossos anos e vivências. A vida segue, dia após dia, e vamos sendo marcados aos longos das nossas expressões de surpresa, medo, raiva, alegria, tristeza, espanto, curiosidade ou dor. Vamos gerando as chamadas marcas de ansiedade ou rugas de preocupação. E mesmo quando somos risonhos, nossa gargalhada também marca nossa musculatura.
Portanto, não adianta lamentar por conta das rugas. Afinal, todos os que chegarem à velhice vão ter a chance de cultivá-las. O que nos cabe é cuidar da face o melhor que pudermos, podendo até mesmo recorrer a procedimentos estéticos (com moderação), mas sabermos reconhecer que elas apontam para o fato de que vivemos, bem ou mal, e que nosso rosto conta muito da nossa história!
Biblicamente, só o corpo de Cristo, a Igreja, é que não deve ter rugas: …Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, e apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável. (Efésios 5.25-27). Afinal, se na nossa vida terrena o que nos aguarda é a velhice, na vida espiritual vivemos em novidade de vida, e nos encaminhamos para a plenitude de vida que resultará na Vida Eterna!
Portanto, focados na vida espiritual, vamos priorizar eliminar as rugas da alma, cientes de que sentimentos, desafetos, pensamentos e pecados podem fazer definhar nossa fé, destruir nossa fidelidade a Deus, e até mesmo eliminar nossa salvação!
Elaine Cruz
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