Todos os nossos dias estão unidos, do começo ao fim. “Ontem é o pai de hoje, e hoje é o pai de todos os amanhãs”, como se diz. A consequência disso é que tudo o que fizermos será de alguma forma revivido ou recompensado no futuro.
As metáforas do plantio e da sega e do “lançar pão sobre as águas”são leis invioláveis da vida. Nossa jornada começa como uma semente de tempo que é lançada. Deus sabiamente nos guia pela Sua Palavra, pois Ele quer que Suas criaturas façam boas escolhas e vivam bem. No entanto, as escolhas da vida são nossas. Mesmo sendo o Deus soberano, Ele não nos coage, mas espera que livremente escolhamos o caminho mais excelente, o caminho do amor.
Cada fase da vida com suas mudanças, a seu tempo e em seu lugar, é bela. Embora elas sejam efêmeras e de duração certa, Deus coloca no interior de cada ser humano a eternidade. Vivemos no transitório, buscando o duradouro, não é assim?
Na infância, desejamos que nossos pais sejam eternos, pois são a primeira figura, o primeiro contato com o eterno que temos. Os pais são, para os filhos pequenos, como elos para a eternidade: neles nos apoiamos, descobrimos e conhecemos o mistério que é essa vida. Na juventude, descobrimos que nossos pais são como nós, e então nos aferramos aos nossos iguais na busca por uma aventura compartilhada e duradoura. Amadurecemos e entramos na vida adulta. Nesse desejo, começamos por nós mesmos a vida, ao gerar outras vidas. Experimentamos em nosso corpo a presença do eterno. Vemos nos filhos a esperança de um recomeço de nós mesmos e no trabalho desejamos transmitir algo que sobreviva a nós.
Envelhecemos e experimentamos o forte desejo de encontrar o lugar de onde viemos e que é eterno. Nossa consciência testifica em nós que pertencemos a outro tipo de vida imortal, que nunca encontrará nesse mundo descanso. Há uma Canaã nos aguardando; “resta ainda um repouso para o povo de Deus” (Hb 4.9). Há um descanso eterno no mundo celestial. Lá descansaremos dos trabalhos e dos males a que nos sujeitamos nessa vida.
Confiemos naquele que é “ancião de dias”. Firmados na “Rocha eterna”, conseguiremos harmonizar a vida temporária com a que é eterna. Ele tudo fez formoso em seu tempo: também pôs a eternidade no coração, de modo que nenhum homem possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim.(Ec 3.11).
Judite Alves
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